Jovens trocam fotos nuas por doações à Ucrânia

Do UOL

Duas amigas criaram um site inspirado no OnlyFans para arrecadar fundos para o Exército da Ucrânia na guerra contra a invasão russa. Nomeado como “TerOnlyFans”, nele os usuários contribuem com uma quantia que deve ir para as forças armadas e para grupos humanitários. Em troca, eles recebem fotos de uma das 35 mulheres ou dos três homens voluntários do programa.

A bielorrussa Nastsassia Nasko, 23, criadora da plataforma, afirmou ao site Insider que teve a ideia dias depois da invasão no final de fevereiro. Ela vivia em Kiev quando a guerra começou.

A ideia surgiu quando recorreu ao Twitter para questionar se havia alguém com um carro para ajudar a evacuar um conhecido da cidade de Kharkiv, que na época estava sitiada pelas tropas inimigas. Sem receber nenhuma resposta, a jovem brincou que estava disposta a enviar um “nude” (foto nua) para quem pudesse ajudar.

A brincadeira, no entanto, teve resultado: em menos de cinco minutos ela tinha mais de dez propostas e o conhecido conseguiu deixar a cidade. Foi então que, ao lado da amiga, Anastasiya Kuchmenko, as duas lançaram a plataforma TerOnlyFans — um jogo de palavras que combina “Ter”, que é a abreviação de “defesa territorial”, com OnlyFans.

Nastsassia Nasko, 23, (à esquerda) teve a ideia de criar o site (à direita) dias após a invasão da ucrânia

Desde o lançamento até agora, o site já arrecadou mais de US$ 700 mil (cerca de R$ 3,6 milhões, na cotação atual). A maioria dos doadores está na Ucrânia, embora existam registros de usuários da Holanda, França e Reino Unido.

Jovens trocam fotos nuas por doações à UcrâniaNastassia Nasko vende fotos nuas para ajudar a Ucrânia a combater a Rússia

“Não somos profissionais do sexo, estamos tentando arrecadar dinheiro para a guerra”, disse ela, que atualmente mora em Varsóvia, na Polônia, trabalhando como gerente de marketing de uma empresa de eSports. A amiga, no entanto, permaneceu na capital ucraniana.

As duas mantêm o site por meio do aplicativo de mensagens criptografadas Telegram. Elas não têm planos de encerrar as atividades. “Vamos acabar com este projeto quando Putin morrer e a Rússia parar a invasão”, disse ela.