Doidera leonina. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

 Lisca é o novo técnico do Sport.

A manchete acima seria pouco provável, ou quase impossível, de acontecer anos atrás. Diria até que, se algum torcedor rubro-negro a visse estampada em um jornal da cidade diria que se tratava de “fake News”. A aversão dos leoninos ao treinador foi construída pelo profissional que, quando dirigia o Náutico, adotou um comportamento de torcedor transloucado, e a época, do alto de sua insanidade, exagerou nas provocações aos amantes do time adversário.

Apesar do esforço dos dirigentes do Sport, que seguem contabilizando equívocos a frente do futebol leonino, o nome de Lisca foi reprovado por oito entre dez rubro-negros que consultei para saber o que achavam do profissional. A verdade é que, em condições normais, o novo treinador jamais aportaria na Ilha do Retiro. Ele não é outra coisa senão o produto de uma crise que parece sem fim.

Nada contra o técnico que desde o fracasso a frente do Vasco estava mergulhado, sem vínculo com nenhum clube. Defendo a tese de que, todo treinador necessita de tempo para implantar sua filosofia de trabalho. Portanto, deixem o homem trabalhar.

O Sport não apostou na prioridade, trouxe aquele que cabia no seu bolso, mesmo sabendo que estava cometendo o mesmo pecado que cometeu com Dal Pozzo, ou seja, investir num técnico que não é do agrado da maioria da torcida. Lisca é uma aposta de risco.

No futebol, o bem e o mal é separado por uma linha tênue chamada resultado. Portanto, caso Lisca consiga bons resultados trabalhando com um elenco de qualidade duvidosa, todos os pecados cometidos por ele, quando comandava o Náutico, serão perdoados pelos leoninos. Caso contrário, um exército de verdugos estará pronto para colocar seu pescoço na guilhotina. Isto “é regra” no futebol brasileiro.

Lisca estreia no comando do time na partida com o Vasco, próximo domingo, no Rio. Mas as cobranças sobre o seu trabalho só devem acontecer a partir do início do returno, ou seja, da vigésima rodada em diante. Até lá, os confrontos com Vasco, Londrina, Operário e Vila Nova servirão como laboratório para o novo treinador implantar sua filosofia e definir o esquema de jogo que consiga extrair o melhor deste grupo de jogadores que não é de boa qualidade.

Pelo sim, ou pelo não, o fato é que Lisca foi a solução encontrada para um problema que surgiu na Ilha do Retiro. Dizem até que, dos males, o menor. O pior está por vir: uma penca de causas trabalhistas que certamente irão acrescer o passivo do clube. “O boato na praça” é de que o presidente irá perder o resto dos cabelos que adornam sua cabeça.

Como diz o dito popular: “Quem não pode com o pote, não segura a rodilha”.

Pelo Sport tudo!

Até Lisca.