Na saída de um jantar em homenagem ao ministro Gilmar Mendes, o presidente Jair Bolsonaro disse ao ministro Alexandre de Moraes, que virou alvo frequente de ataques do presidente da República, que os dois precisam conversar. “Precisamos conversar”, disse Bolsonaro a Moraes numa conversa reservada que eles tiveram na saída do evento. As informações são do blog do Valdo Cruz.

Segundo presentes ao jantar, na residência oficial da Câmara dos Deputados, Bolsonaro e Moraes se encontraram em dois momentos. Na chegada, quando o presidente cumprimentou o ministro do STF. E na saída, quando eles tiveram uma conversa apenas entre os dois num canto reservado na saída da casa.

A conversa apenas entre os dois teria durado dois minutos. Bolsonaro procurou distensionar o ambiente dizendo que as divergências entre os dois é que ele, em São Paulo, é palmeirense, e Alexandre de Moraes é corintiano. Na despedida, Bolsonaro disse que os dois precisam conversar.

Bolsonaro já fez movimentos para se aproximar de Alexandre de Moraes no ano passado, após fazer duros ataques ao ministro durante manifestação em São Paulo e dizer que não iria mais cumprir decisões dele.

Diante da repercussão negativa, por intermediação do ex-presidente Michel Temer, os dois conversaram e Bolsonaro divulgou uma nota recuando nos seus ataques.

Só que, neste ano, o presidente voltou aos ataques contra Alexandre de Moraes e outros ministros do STF, como Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, depois de decisões que contrariaram o Palácio do Planalto.

Segundo interlocutores de Alexandre de Moraes, não é a primeira vez que Bolsonaro disse a ele que precisam conversar. Porém, o diálogo, dizem, nunca aconteceu. O jantar em homenagem a Gilmar Mendes, pelos vinte anos no Supremo Tribunal Federal (STF), foi organizado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Durante o evento, Bolsonaro não quis fazer pronunciamento. Na sua fala, Gilmar Mendes defendeu a necessidade de “diálogo” na política e que o Brasil precisa valorizar a “política” para fortalecer a sua democracia.