Folha de São Paulo

Sem acordo para montagem de palanques nos estados, PT e PSB adiaram para a próxima semana uma reunião que definiria as chapas da coligação. Há divergências em ao menos sete estados, sendo São Paulo um deles.

No último dia 31, os presidentes dos partidos, ao lado do ex-presidente Lula (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), que será seu vice na chapa, haviam fixado o prazo desta quarta-feira (15) como data-limite para resolver os entraves.

Além de São Paulo, há percalços nas chapas no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul, em Pernambuco, em Santa Catarina e na Paraíba.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), reconheceu que o impasse persiste nos estados e que, em decorrência da Covid e da agenda de viagem do ex-presidente, era preciso adiar o encontro.

Gleisi também não descartou a possibilidade de o PT intervir onde for necessário para chegar a um acordo. “Com a Covid-19 e as viagens, o ex-presidente Lula não poderia participar da reunião. E, obviamente, ele tem um papel importante nas articulações”, disse.

O PSB convocou para a próxima segunda-feira (20) uma reunião com seus pré-candidatos aos governos estaduais em busca de uma solução. “Até o momento não há novidade alguma, lamentavelmente”, afirmou o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

A disputa em São Paulo é uma das mais delicadas. Enquanto o PT defende a candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad e diz que não irá retirar esse nome da disputa, o ex-governador Márcio França, do PSB, tem dado sinais de que também não irá desistir.

Gleisi, no entanto, se diz otimista com a possibilidade de um acordo, pelo qual França abriria mão em favor de Haddad.

No domingo (12), o ex-governador compartilhou nas redes sociais resultados de uma pesquisa de intenção de voto e escreveu que “foguete não tem ré”, indicando que pretende manter seu nome na disputa.

Um interlocutor de França afirma que ele só deverá tomar uma decisão no fim deste mês – e que tentará ganhar tempo para viabilizar a candidatura. Segundo esse interlocutor, o ex-governador está tentando atrair partidos para apoiá-lo.

Para dirigentes do PT e PSB, um desfecho em São Paulo é fundamental para a costura de acordos estaduais. A partir dele, seria possível negociar em outros estados. Clique aqui e confira a matéria na íntegra.