Em audiência na Câmara, hoje, a mulher do indigenista Bruno Pereira, a antropóloga Beatriz Matos, cobrou respostas verdadeiras e concretas sobre o desaparecimento do marido na Amazônia. O relato foi feito para a imprensa, que não pôde gravar a sessão, pela deputada Vivi Reis (PSOL-PA).

Pereira está desaparecido na floresta desde o dia 5, junto com o jornalista inglês Dom Phillips. “A esposa do Bruno trouxe a sua indignação quanto ao descaso do que está acontecendo, e deixou muito negritado que o que os familiares e amigos querem são respostas concretas, porque muito se preocuparam com os últimos acontecimentos, as últimas notícias, com desencontro de informações”, contou a parlamentar.

Reis também disse que, segundo Beatriz, as autoridades ainda não fizeram uma comunicação oficial para os familiares sobre o estágio das buscas. “Não foi feita nenhuma informação de fato oficial. Isso preocupou muitos os familiares. A maior exigência hoje dos familiares, em especial da Beatriz Matos, é que se tenham informações verdadeiras, oficiais, efetivas, e que a Presidência da República, em conjunto com seus ministérios, possa tomar providências sobre isso”, disse a deputada.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos, também criticou o que chamou de descaso do governo com as informações a respeito do desaparecimento de Bruno e Dom.

Ontem, a mulher de Phillips, Alessandra Sampaio, relatou ter sido avisada pelo cunhado de que a embaixada brasileira em Londres informou que dois corpos haviam sido encontrados na floresta. Depois, ela recebeu uma ligação da Polícia Federal negando a informação. A embaixada pediu desculpa pela ligação com dados incorretos.

“Imagine a dor que a família vive de ter um parente desaparecido e um funcionário da embaixada do Reino Unido, um brasileiro, dar uma informação imprecisa, uma informação inconsistente. São pessoas que estão super tocadas”, disse Silva.