O presidente Jair Bolsonaro afirmou, hoje, que desaparecimentos como os do jornalista britânico Dom Philips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira acontecem “em qualquer lugar do mundo” e que os dois sabiam dos riscos que corriam ao viajar de barco pelo interior da Amazônia.

Bolsonaro fez as afirmações em entrevista no início da noite, depois de descer a rampa do Palácio do Planalto para cumprimentar apoiadores. Indagado sobre um eventual prejuízo para a imagem do Brasil no exterior caso se confirme que os dois morreram, Bolsonaro respondeu: “Não vamos pensar nisso. Prejuízo foi para a família deles, em primeiro lugar. Isso acontece em qualquer lugar do mundo. Acho que até os dois sabiam do risco que corriam naquela região. Os dois sabiam”, declarou.

Bruno Pereira e Dom Phillips foram vistos pela última vez no último dia 5 em uma comunidade chamada São Rafael. De lá, partiram rumo ao município de Atalaia do Norte (AM), mas não chegaram ao destino. No domingo (12), equipes de busca encontraram um cartão de saúde e outros pertences de Pereira, além de uma mochila com roupas pessoais de Philips. Nesta segunda-feira (13), mulher do jornalista disse que os corpos foram encontrados, mas, em nota, a Polícia Federal negou.

Segundo o presidente, não existe razão para se reforçar o contingente das equipes de busca, como meio para agilizar a operação. “Não tem por que mandar mais gente para lá. Chegou a bater 250 pessoas, duas aeronaves e muita embarcação. Lá tem de tudo que se possa imaginar naquela região. Eu lamento eles terem saído da forma como saíram, duas pessoas apenas, em terras desprotegidas. Tem notícia de pirata na região. Tudo tem ali”, declarou.

De acordo com Bolsonaro, os órgãos envolvidos estão apurando indícios, mas ele disse que não queria antecipar nada antes da descoberta do paradeiro dos dois. “Tem aparecido indícios, no rio, locais escavados, a entrada de uma lancha que seria numa mata ciliar. Tudo está sendo investigado. Tem nomes, tem pessoas. Já se levanta um comportamento deles na área, se eram queridos ou não, se, porventura, quando saíram do porto, alguém foi atrás ou não foi. Desde o primeiro dia, começou com a Marinha, no dia seguinte estava a Polícia Federal, Forças Armadas, todo mundo na busca”, afirmou.