O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Roberto Barroso, ontem. Ao sair de uma churrascaria em Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro disse a jornalistas que Barroso é um “mentiroso” e “sem caráter” por ter dito que ele havia divulgado informações de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As informações são do Poder360.

Em relação a Moraes, o presidente criticou a atuação do ministro no processo que levou à condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) por incitar violência contra o STF.

Afirmou que mesmo depois de ter concedido um indulto ao congressista, o magistrado “continua perseguindo” Silveira.

“Eu dei um indulto para este parlamentar e ele [Moraes] continua perseguindo, multando ele, agora bloqueando o celular da esposa dele, que é a advogada que o defende. O TSE lá do senhor Alexandre de Moraes desmonetiza páginas, derruba páginas. Isso não é democracia, é censura”, disse.

A condução de Moraes no inquérito das fake news também foi alvo das declarações de Bolsonaro. O presidente levantou dúvidas sobre a razões da investigação.

“Isso nunca ocorreu no Brasil. Uma pessoa apenas decide. Ele faz um inquérito, onde não tem a participação do Ministério Público, e investiga por fake news. Eu não quero baixar o nível na entrevista, mas o que esse cara tem na cabeça? O que é que ele está ganhando com isso? Quais são seus interesses? Ele está ligado a quem? Ou é um psicopata?”, questionou o presidente.

Bolsonaro também comparou o inquérito dos atos antidemocráticos, conduzido por Moraes, com a condenação da ex-presidente boliviana Jeanine Añez a 10 anos de prisão por organizar um golpe de Estado em 2019.

“Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com Alexandre de Moraes e os inquéritos por atos antidemocráticos? Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo?”, declarou.

A assessoria dos ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso disse ao Poder360 que eles não comentarão as declarações de Bolsonaro.

Jornalista e Indigenista

Durante a conversa com a imprensa na saída de um restaurante em Orlando, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que “vísceras” foram encontradas pela Polícia Federal (PF) perto do local onde as buscas pelo jornalista Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo Pereira estão sendo conduzidas. “Apareceu no rio, boiando, partes de corpo humano, as vísceras. E já foi para fazer o DNA. A gente espera que não seja deles”, disse o presidente, segundo O Globo.

A informação a que o chefe do Executivo se refere foi revelada pela corporação na última sexta-feira. Segundo a PF, os agentes encontraram “material orgânico aparentemente humano” no rio Itacoaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte. A região foi o último local onde o indigenista e o jornalista inglês foram vistos.

Em uma nota à imprensa, ontem, mesmo dia da declaração do presidente, a PF desmentiu boatos de que os corpos teriam sido encontrados. “O material orgânico, aparentemente humano, bem como os demais vestígios recolhidos durante a Operação já se encontram no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal para análise. Não procedem as notícias que estão circulando nas redes sociais no sentido de que os corpos dos desaparecidos foram encontrados”, diz trecho do documento.