“Se realmente privatizarem a Eletrobrás, depois eu tomo de volta”, diz Ciro Gomes

Lula vai tentar cooptar os eleitores de Ciro Gomes | VEJA

Ciro Gomes acha um absurdo a privatização da Eletrobrás

Taísa Medeiros
Correio Braziliense

O pedetista Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto, se posicionou contra a privatização da Eletrobrás, durante sabatina realizada pelo Correio Braziliense, nesta terça-feira (31/5). Ciro apontou que “há uma omissão indesculpável do Congresso brasileiro e do Supremo Tribunal Federal”, que teriam descoberto “um caminho absolutamente tortuoso para entregar o capital público brasileiro para interesses privados”, disse o ex-ministro a respeito do projeto cujos vetos presidenciais ainda pendem da avaliação no Congresso.

O pré-candidato disse que, caso seja eleito, mudará a maneira de calcular a tarifa de energia, que hoje é feita baseada no dólar. Essa seria “outra mamata” que Ciro promete suspender.

VAI ATÉ O FIM – “Vão fazer o diabo para não deixar eu chegar lá […], por isso é que eu vou até o fim: porque eu tenho segurança que o povo brasileiro vai acordar e vai ver o tamanho da canalhice que é vítima, nesses tempos trágicos que o Brasil está vivenciando. […] Se fizerem isso, eu tomo de volta, mas não tem conversa. Pagarei as devidas indenizações, porque nosso país é sério”, pontuou.

Ciro aponta que haverá aumento da conta de luz caso a proposta seja sancionada. “É um crime que meteram jabutis ali que vão encarecer dramaticamente a conta de energia do povo, que só aqui em Fortaleza, subiu 25% em uma pancada só, sendo que nenhum dos custos da produção de energia brasileira cresceu sequer 5%. Canalhamente — lá vai a veemência de Ciro Gomes — indexaram as tarifas de energia do povo brasileiro em dólar. E todo mundo aqui ganha em real”, criticou.

DIAGNÓSTICO DO PAÍS – O pré-candidato, que tem longa trajetória política, em cargos do Legislativo e do Executivo, diz que possui um diagnóstico para os problemas enfrentados pelos brasileiros.

“A causa da tragédia se deve ao modelo econômico e ao modelo de governança política. Pela primeira vez numa década inteira crescemos zero. A vida do povo é estressada pela volta pesada da inflação brasileira, fazendo com que constantemente a taxa de juros brasileira seja a maior do mundo”, apontou Ciro, que definiu o “modelo de governança política” como a promoção da corrupção. O ex-ministro da Fazenda disse também ter a “terapia” para tal diagnóstico.

Ciro declarou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente nas pesquisas, oferecem “mais do mesmo” em suas campanhas para as eleições de outubro.

PLANO NACIONAL – Questionado sobre de que maneira mudaria a situação posta, o pedetista mostrou o livro em que desenvolve o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), elaborado por sua equipe, intitulado O projeto nacional: dever da esperança.

“Em vez de o Brasil ter uma meta de inflação, temos que ter uma meta de crescimento econômico”, disse.

Segundo Ciro, haveria metas intermediárias de cinco em cinco anos. “Além disso, algumas metas de curto prazo estão anunciadas: é possível gerar cinco milhões de empregos em dois anos. Colocaremos uma grande comissão que irá acompanhar o desenvolvimento disso. Ajudar a família a superar o explosivo endividamento, e partir para uma reindustrialização do país, para que a gente dê um passo seguinte para uma economia industrial”, explica o pré-candidato, que garante que todo o processo seria orçamentado e transparente.