Pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT) resolveu convidar o humorista Gregório Duvivier para uma conversa franca e direta numa live que abre o que ele chamou de “Ciro Games”. O encontro aconteceu ontem. As informações são da Veja.

Eles vinham se estranhando desde que Ciro o comparou ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Depois, Ciro anunciou em suas redes sociais que o encontro entre eles se daria na última terça. Mas logo em seguida Gregório desmentiu: “Pessoal, toda terça-feira gravo Greg News. Há cinco anos. Acho legal o convite do Ciro, mas eu trabalho”, disse.

No encontro enfim realizado, Ciro já começou contextualizando a proposta da conversa: “Ele fez uma análise dupla, crítica, bem-humorada (no programa dele), que a gente só tem que aplaudir. Ele também atravessou uma linha política perigosa em tempos de Bolsonaro. Aparentemente ele aceitou o que o PT pede, que todo mundo deve colocar a mão no nariz e esquecer tudo que já foi feito”.

Gregório já começou respondendo: “Primeiro erro factual seu, eu nunca disse que você deve abandonar a candidatura. E eu nunca disse que tem que votar no Lula, segundo erro”. Depois foi para o ataque: “Você disse que eu cometi fake news, mas isso é muito perigoso, Ciro. Chamar aquilo de mentiras é muito ruim. Porque essa palavra é um conceito político que você sabe bem.(…) Uma das suas tarefas como líder, era importante não inflamá-la. Eu não acho certo chamar de fake news o que eu falo. Não fui eu quem disse que você ganhou um carro”.

Ciro o interrompeu em seguida: “Por que minha candidatura é um erro à democracia?”. O humorista então respondeu que não disse isso, que foi mal interpretado. “Eu só pedi que você retirasse sua candidatura. Uma coisa não tem nada a ver com outra.” As farpas continuaram quando Gregório pediu para ter tempo de fala, e não ser interrompido: “Você fez acusações muito levianas sobre o programa. Acusou a gente de mentiras. E tá tudo com fonte, checado, com fontes fidedignas”, disse ele, negando ter chamado o pré-candidato de “coronel”, como ele vinha o acusando. “Você me acusa de racista, me chama de baixinho e maconheiro”.

Mais uma vez foi interrompido: “Isso não aconteceu, Gregório. Isso é mentira! Não coloque a palavra na minha boca. Vai ficar feio para você”, disse Ciro. “Posso falar? Posso ler o que você falou? Isso não é um debate de ideias?”, respondeu Gregório.

Até o Cabo Daciolo, que agora apoia Ciro, foi mencionado. “Ele disse que o homossexual estava no mesmo nível do corrupto. Essa frase é homofóbica, acho que você vai concordar”, disse Gregório. Ciro desconversou e voltou a falar de pesquisas que estão com números equivocados. “Eu ganho do Bolsonaro, sim! Você está tomado de mágoas… Eu aguento.”

O nível desceu mais quando Ciro propôs que Gregório fosse debater com Lula. Recebeu como resposta: “Lula não tem tempo para debater com um humorista numa sexta-feira. Ele casou e deve tá transando”.