Objetivo de Caetano é derrotar Bolsonaro de qualquer jeito
Carlos Newton
O repórter Pedro Grigori, do Correio Braziliense, revela que na noite da última sexta-feira, dia 13, o cantor Caetano Veloso e sua mulher Paula Lavigne se encontraram com o ex-presidente Lula da Silva, que estava acompanhado de sua noiva Rosângela Silva e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores de sua campanha à Presidência.
“Boa conversa com @caetanoveloso , @PaulaLavigne e @randolfeap sobre cultura, meio ambiente e o Brasil mais feliz que queremos”, escreveu Lula pelo Twitter. Já Caetano Veloso, compartilhou uma publicação do site Mídia Ninja que diz que o cantor e Lula estão “juntos por um Brasil Feliz de Novo”.
CIRO EM 2018 – O reportagem do Correio relata que Caetano apoiou Ciro Gomes (PDT) nas eleições de 2018, mas devido ao cenário de polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL), o cantor já declarou que votará no petista neste ano, para tentar uma vitória no primeiro turno.
Em entrevista ao Roda Viva, em dezembro de 2021, ao ser questionado se “iria de Lula”, o cantor confirmou. “Eu já estou de Lula, de certa forma, porque as coisas estão configuradas. Meu coração está com Lula e com Ciro”, afirmou.
O afastamento do cantor e Ciro Gomes começou há alguns meses. Em outubro de 2021, durante entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Caetano classificou como “desagradáveis” os ataques de Ciro contra Lula. “Não me parece que venha a ser tão eficaz como ele e talvez João Santana pensem. E depois, não me agrada a agressividade contra Lula, porque Lula é uma figura na história do Brasil que eu não consigo não admirar e não sentir afeto”, disse o cantor.
GRANDE DESFALQUE – Como Helio Fernandes dizia, é um cidadão-contribuinte-eleitor e tem todo o direito de votar no candidato que bem entender. Sem dúvida, é um grande desfalque para a campanha de Ciro Gomes e da terceira via.
E Caetano não está sozinho nesta convicção de que Lula pode ser eleito no primeiro turno. Também o ex-senador e ex-ministro tucano Aloysio Nunes Ferreira partilha dessa ilusão e já declarou voto em Lula, traindo João Doria, o candidato de seu partido.
Os dois não percebem que esse afã para derrotar Bolsonaro pode ser contraproducente, porque dificilmente Lula conseguirá vencer direto no primeiro turno, devido a seu alto índice de rejeição e ao grande número de eleitores que não votam em Lula ou Bolsonaro em nenhuma hipótese.
PESQUISAS DE VERDADE – Enquanto as pesquisas patrocinadas tentam forçar a polarização entre Lula e Bolsonaro logo no primeiro turno, as chamadas pesquisas qualitativas indicam o contrário, porque constatam o grande número de eleitores que rejeitam Lula e Bolsonaro, que representam a maioria silenciosa.
Se não houvesse essas pesquisas qualitativas, que não tentam impingir ao eleitor uma lista de candidatos para extrair o resultado pretendido, os pretendentes da terceira via já teriam jogado a toalha.
Nenhum deles acredita que os 10% de Sérgio Moro tenham se evaporado. Sabem que eles serão direcionados ao candidato da terceira via que tiver mais chances, mas isso só acontecerá mais à frente, no dia D e na hora H, como diria aquele trêfego general que perdeu a guerra da saúde, andava sem máscara na pandemia e hoje sonha em ser político.