A descoberta, o cultivo, a beleza e o desencanto, para descrever a belíssima “Flor do Cafezal”

Recanto Caipira

Paraná, numa gravação com Jorge Benjor

O cantor e compositor paranaense Luiz Carlos Paraná (1932-1970) usou dois estilos poéticos, o bucólico (Meu cafezal em flor) e o lírico (Ai menina, meu amor/ minha flor do cafezal), os quais significam a descoberta, o cultivo, a beleza e o desencanto, para fazer a belíssima letra de “Flor do Cafezal”, gravada pela primeira vez por Cascatinha e Inhana, em 1967, no LP 25 Anos, pela RCA Camden.

Paraná iniciou a carreira como cantor de boates, tocando seu violão em bares e rádios de Curitiba. Posteriormente, mudou-se para o Rio, onde morou com João Gilberto num quarto de pensão, quando surgiu a Bossa Nova e cantou em programas de grande visibilidade na histórica Rádio Nacional, como apresentado por Cesar de Alencar.

FLOR DO CAFEZAL
Luiz Carlos Paraná

Meu cafezal em flor,
quanta flor meu cafezal
Ai menina, meu amor,
minha flor do cafezal
Ai menina, meu amor,
branca flor do cafezal

Era florada,
lindo véu de branca renda
se estendeu sobre a fazenda
qual um manto nupcial.
E de mãos dadas fomos juntos pela estrada
toda branca e perfumada
pela flor do cafezal

Meu cafezal em flor,
quanta flor, meu cafezal.
Ai menina, meu amor,
minha flor do cafezal.
Ai menina, meu amor,
branca flor do cafezal

Passa-se a noite,
vem um sol ardente e bruto,
morre a flor e nasce um fruto
no lugar de cada flor.
Passa-se o tempo
em que a vida é toda encanto,
morre o amor e nasce o pranto
fruto amargo de uma dor.

Meu cafezal em flor,
quanta flor, meu cafezal.
Ai menina, meu amor,
minha flor do cafezal
Ai menina, meu amor,
branca flor do cafezal