MUTIRÃO DA INTELIGÊNCIA. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

Levantamento feito pela equipe de esportes do Diário de Pernambuco, nos mostra que, nos últimos 21 jogos disputados no Campeonato Brasileiro – Séries C e D – o Santa Cruz contabilizou 12 derrotas; 7 empates e 2 vitórias. Os números levam os analistas a uma única conclusão: o Tricolor do Arruda é um clube insolvente.

De imediato vem a pergunta: Quem investirá nesta massa falida?

Raciocínio lógico: ninguém.

Quem foi o culpado por esta debacle?

Todos!

Os que lavaram as mãos utilizando o argumento de que não foram eles que levaram o clube a este caos; os que insistem que utilizar as mesmas receitas que transformaram o Tricolor numa referência nacional nos anos 70; os que insistem em chamar o clube de meu esquecendo que se trata de uma sociedade onde o coletivo deve ser uma prioridade. Enfim, existem mil e uma explicações para justificar o conjunto da obra.

Sinto falta do amigo, João Caixero de Vasconcelos, um dos maiores amantes que o Santa Cruz teve em toda a sua história. O sentimento de doação que ele carregava consigo era transformado em ações efetivas. Naturalmente que cometia equívocos, mas os acertos foram infinitamente maiores que os erros. Isto ninguém contesta.

Caixero se alongava em nossas conversas: fazia uma exposição de ideias, me pedia uma leitura do cenário, desabafava sobre alguns episódios ocorridos e era um defensor intransigente da política do mutirão.

– O Santa Cruz é um gigante mestre. Sozinho ninguém vai soerguê-lo! Afirmava com a certeza de que, se todos os tricolores desse as mãos, a saída do caos era uma coisa mais que viável.

O princípio defendido por Joca – era assim que eu tratava Caixero – não está de todo defasado. A “essência” da unidade é válida. O que falta é buscar o novo. Pensar fora da caixa para poder sair do lugar comum. Nos dias de hoje não se pode falar em cadeia produtiva vendendo agendas, bolo de rolo e ovos de galinha. Tampouco fazendo cotas com os mesmos empresários o tempo todo. Isto é não perceber a evolução do tempo.

O Santa Cruz precisa de um mutirão de ideias que venham colocar o clube em sintonia com o novo tempo.

Detalhe: Não se pode utilizar métodos antigos, ultrapassados, na execução de novos projetos. Fabricar sócios, ressuscitar defuntos… são práticas inconcebíveis para a construção do Santa Cruz dos sonhos.

Semana passada recebi uma mensagem do amigo e jornalista, Ricardo Antunes, amante inconteste do Santa Cruz, um dos fundadores da Santamante, indagando por que não fazia uma análise sobre o momento do Clube do Arruda?

O Mutirão da Inteligência precisa das ideias dos jornalistas Ricardo Antunes, Ivan Maurício, Magno Martins, Fernando Veloso, José Gustavo e tantos outros. Publicitários, economistas, homens de marketing….

O Mutirão da Inteligência requer desprendimento. O Santa Cruz não pertence a um presidente e seus pares. Estamos falando do Clube das Multidões, cuja história é pontuada de mutirões, movimentos populares que foram marcados pela entrega do povo na execução de serviços e doações de materiais. Hoje a participação tem que ser com sugestões que indiquem uma saída, que estanque a insolvência.

Nos dias de hoje, até para os mutirões é preciso ser inteligente, mas antes de tudo, desprendido. Coisas que faltam aos tricolores.

Não esqueçamos que, no futebol não se dar “glória as lutas inglórias”.