APENAS O COMEÇO. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

O final de semana foi marcado pelo início das disputas do Campeonato Brasileiro. Os pernambucanos têm interesse maior pelos jogos da Série B, onde Náutico e Sport são os representantes do Estado. Nesta edição de 2022 não há nenhum representante de Pernambuco na divisão de elite – Série A – fato que atesta o apequenamento do nosso futebol.

Na rodada de abertura da Série B – Segunda Divisão Nacional – nas oito partidas realizadas, o registro de quatro empates e quatro vitórias dos clubes mandantes. Nenhuma vitória de visitante: prenuncio de equilíbrio e de disputa acirrada nas 38 rodadas que compõem o campeonato.

Não é regra, mas um clube que almeja o acesso à Série A tem a obrigação de fazer bem o dever de casa, ou seja, vencer os jogos na condição de mandante. Afinal, a matemática da classificação segue a mesma: 19 vitórias e 8 empates. O time que conseguir tal façanha contabilizará 65 pontos, por conseguinte, carimba seu passaporte para o grupo de elite em 2023.

Os resultados da primeira rodada não dizem nada em relação ao futuro, sequer servem de sinal de alerta numa competição de tiro longo. Como cita o grande, Guimarães Rosa, no clássico – Grande Sertão: Veredas: “O real não está na saída, nem na chegada: ele se dispõe para a gente no meio da travessia”.

Resumindo: Muita água vai rolar nas 37 rodadas restantes. Nem todos os clubes têm propostas de acesso, contudo, a luta pela manutenção na Série B os transforma em complicadores para os que disputam a competição com ambições mais ousadas. De uma coisa são sabedores: superação é a palavra de ordem, para todos os times, em todos os confrontos.

A maioria dos clubes ainda ajustam seus elencos. A exemplo do que aconteceu em edições anteriores, o nível técnico de algumas equipes tende a melhorar, mas como no futebol não existe uma verdade absoluta, isto não lhes assegura o acesso, pois na Série B, a entrega tem um papel preponderante. Não adianta ter um toque refinado se não tem garra suficiente para se superar na batalha campal. A técnica é um fator para ser explorado como ponto de desequilíbrio. A garra e a determinação asseguram a subsistência.

Os clubes alagoanos – CSA e CRB – não disputaram a primeira rodada, seus jogos foram transferidos para o dia 4 de maio. Ambos farão suas estreias no próximo sábado. Os dois são respeitados por aparecerem como complicadores: em suas campanhas de manutenção costumam tirar pontos preciosos e frustrar planos dos que sonham com a Série A.

O equilíbrio, que normalmente marca as disputadas da Segunda Divisão do Brasileiro, a cada fechamento de rodada, leva os torcedores a consultarem a tabela de classificação. Tal fato nos leva a recordar o saudoso plantonista da Rádio Jornal, Mané Queiroz, que se vivo estivesse, fatalmente teria fechado a jornada com o “mantra” por ele criado: “Se o campeonato terminasse hoje…”. Não importa se a rodada em questão era a primeira, a décima ou a trigésima-sétima.

Coisas de um futebol que está órfão de grandes emoções.