Copa em tempos modernos. Por CLAUDEMIR GOMES

Por CLAUDEMIR GOMES

Com o tema musical – Todos Juntos – por demais propício ao momento, onde todos clamam pela união dos povos, tivemos na tarde desta sexta-feira, primeiro dia do mês de abril, o sorteio dos grupos para o Mundial do Catar. Apesar de aqui no Brasil, o primeiro de abril ser considerado o Dia da Mentira, o Mundial de Futebol chega a Arábia Saudita quebrando paradigmas.

Quem assistiu a bela e emocionante cerimônia de abertura que antecedeu o sorteio propriamente dito, observou o protagonismo da mulher, que historicamente era tratada com discriminação numa cultura extremamente machista, num flagrante recado ao mundo de que os Emirados Árabes estão inseridos na nova ordem.

O show tecnológico, com uma competente exploração da animação digital, nos transportou para um mundo de sonhos e fantasias, ressaltando que o futebol, mesmo se transformando num dos maiores negócios do universo, segue sendo lúdico, fato que o torna uma das ferramentas mais eficaz na busca pela desejada paz mundial.

O toque humano na extraordinária cerimônia do sorteio dos grupos, veio em pinceladas nos discursos do presidente da FIFA e do representante do pequeno país anfitrião, como também em homenagens póstumas a grandes ídolos que escreveram seus nomes na história do esporte mais popular do planeta.

Conquistar o mundo sempre foi um sonho dos que dirigem a FIFA. Em 1982, na Copa da Espanha, o então presidente da entidade do futebol mundial, João Havelange, revelava ao editor de esportes do Diário de Pernambuco, a época, o mestre Adonias de Moura, que levaria a Copa para todos os continentes. De lá pra cá tivemos edições na América do Norte, Ásia, África, América do Sul e Europa. A edição 2022, numa superação a uma série de protestos e obstáculos, a festa será na Arábia Saudita, a contragosto da maioria das nações que irão disputar a fase de grupos do torneio.

O fato novo – o período de disputa – que historicamente ocupava os meses de junho e julho, poderá interferir no desempenho de algumas seleções, mas como todos os times têm como referência o calendário europeu, acredito que não haverá nem ganhos, nem perdas.

No futebol existe uma verdade que não chega a ser regra, mas é fato: a quantidade interfere na qualidade. Acompanhamos Copa do Mundo desde quando eram 16 seleções. O salto para 24 participantes foi tido como necessário, entretanto, para viabilizar o futebol como um grande negócio, chegar à marca de 32 seleções foi inevitável. O inchaço era previsto no projeto de expansão da competição, assim como a quebra da qualidade.

No Mundial do Catar, a exemplo do que já vem ocorrendo desde que a fase de grupos da Copa do Mundo passou a contar com 32 seleções, teremos um nível sofrível na fase de classificação, e provavelmente, uma elevação no nível técnico a partir das oitavas de finais, que será disputada por 16 equipes.

Conhecidos os grupos, em qualquer simulação a ser feita, evidente que partindo do pressuposto, teremos dez, ou mais, seleções europeias nas oitavas de finais. As presenças de Brasil e Argentina também são tidas como certas, mas toda e qualquer “adivinhação” pode vir de água abaixo quando a bola rolar.

A Copa do Catar deverá ser assistida por mais de 5 bilhões de telespectadores. O país está investindo quase um trilhão de reais para bancar um evento que mostrará ao mundo, o novo jeito de ser dos sauditas.

OS GRUPOS:

GRUPO A:  Catar; Equador; Senegal; Holanda

GRUPO B:  Inglaterra; Irã; Estados Unidos; País de Gales/Escócia/Ucrânia

GRUPO C:  Argentina; Arábia Saudita; México; Polônia

GRUPO D:  França; Peru/Emirados Árabes/Austrália; Dinamarca; Tunísia

GRUPO E:  Espanha; Costa Rica/Nova Zelândia; Alemanha; Japão

GRUPO F:  Bélgica; Canadá; Marrocos; Croácia

GRUPO G:  Brasil; Sérvia; Suíça; Camarões

GRUPO H:  Portugal; Gana; Uruguai; Coreia do Sul

OBS: Os jogos da repescagem, que apontará os três países restantes, para completar os grupos B,D e E serão disputados no mês de junho.