Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão, disse que aceitaria ser candidato à presidência da República. Em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, na madrugada de hoje, Barbosa afirmou que a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) seria “desastrosa” para o Brasil. “Em princípio, sim [aceitaria ser candidato], mas o prazo está muito curto. Eu não tenho mais filiação partidária, me desliguei do PSB. E não procurei nenhum partido, estou tocando a minha vida”, declarou Barbosa.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece 1º de abril como data limite para que os candidatos se filiem a um partido. Em fevereiro deste ano, Barbosa anunciou sua desfiliação do PSB. “Filiação a um partido não é uma coisa tão simples, né? Há partidos que não querem ter candidatos à Presidência. O jogo eleitoral no Brasil mudou muito. A conquista do poder, hoje, não tem como troféu máximo chegar à Presidência da República”, declarou Barbosa.
O ex-presidente do STF disse ser preciso “ter alguma ação pedagógica no sentido de mostrar ao Brasil e aos atores sociais, políticos e econômicos qual é a verdadeira natureza do regime econômico do Brasil. Que não é só esse regime ultraliberal”. Ele afirmou que a “questão social tem que ser prioritária na agenda de qualquer governo no Brasil”. Por isso, segundo ele, seu eventual governo seria socialdemocrata, mas diferente do que é feito por PSDB e PT.
“O PSDB é meio embromador. No PT, em certos aspectos, no 1º governo Lula, havia uma ambiência socialdemocrata, mas, a partir do momento que outros assuntos entraram em jogo, mudou”, falou. Durante as pesquisas eleitorais de 2018, Barbosa chegou a ter 16% das intenções de votos para presidente, ficando atrás apenas de Bolsonaro. O ex-ministro acabou desistindo de concorrer ao Planalto.