Bolsonaro diz que Moraes quebrou sigilo de seu ajudante de ordens

Presidente disse que o ministro do STF “usou subterfúgio para chegar” a ele

Presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e do ministro das Comunicações, Fábio Faria Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (16), durante entrevista à Jovem Pan News, que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes quebrou o sigilo telefônico de um ajudante de ordens dele. A medida teria sido tomada no inquérito que investiga se o presidente divulgou informações sigilosas de uma investigação sobre ataque às urnas durante live.

– Para mim, foi uma surpresa quando recebemos por escrito um pedido de audiência do Fachin juntamente com o ministro Alexandre, que tem vários inquéritos contra mim, contra meu ajudante de ordens. Foi quebrado sigilo telefônico do meu ajudante de ordens na questão de vazamentos, e isso permitiu a Moraes ter acesso a troca de mensagens entre mim e o ajudante de ordens – disse.

Em resposta ao ministro, Bolsonaro afirmou que sua agenda tem um grau de sigilo ultrassecreto e que a medida foi tomada para ter acesso às informações nacionais.

– [Moraes] usou subterfúgio para chegar à minha pessoa – declarou.

Eleições
Em resposta à declaração do ministro do STF Edson Fachin de que Justiça Eleitoral “já pode estar sob ataque de hackers” – o ministro citou a Rússia como a origem da maior parte dessa ofensiva -, Bolsonaro disse não saber o porquê do “ataque gratuito ao país onde o chefe de Estado está presente”. O chefe do Executivo está em Moscou, na Rússia, e reuniu-se hoje com o presidente Vladimir Putin para tratar sobre assuntos de interesses diplomáticos.

Bolsonaro aproveitou para reforçar que vai analisar os esclarecimentos emitidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diante das demandas das Forças Armadas sobre o funcionamento das urnas eletrônica. “Ou nós vamos concordar, ou discordar totalmente, de forma técnica”, disse. “Estamos aguardando o que as Forças Armadas dirão sobre os documentos que o TSE enviou”, completou.

A participação das Forças Armadas desta forma na preparação das eleições, na Comissão de Transparência, é inédita. Ela se dá a convite do TSE. Bolsonaro reforça que a instituição trabalha “dentro das quatro linhas da Constituição” e “não precisa sair delas para fazer valer a força da democracia no país”.

*AE