Corpo de Albérisson é velado e enterrado no Recife

 

JC Online

O silêncio e a desconfiança dominaram o velório e o enterro do presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros de Pernambuco (ACS-PE), Albérisson Carlos da Silva, 50 anos, executado com quatro tiros na noite de ontem, na Madalena, Zona Oeste do Recife. A família evitou falar com a imprensa e tentou de todas as formas proteger a viúva de Albérisson, Verônica Maria de Souza Silva, que estava ao lado dele no momento do crime e é a principal testemunha ocular da execução.

O velório atrasou aproximadamente seis horas e, por isso, aconteceu rapidamente na sede da ACS-PE, na Rua Carlos Gomes, na Madalena, a 70 metros de onde Albérisson foi assassinado. O carro do ex-presidente estava estacionado na Rua Ricardo Salazar, ao lado da sede, hábito que tinha desde que ingressou na associação, há oito anos. Ao chegar ao veículo, foi surpreendido por homens em um carro branco e uma moto, que fizeram os disparos e fugiram. A viúva nada sofreu.

Muitos policiais militares, amigos e familiares estiveram presentes no velório. Dois dos três filhos de Albérisson passaram o dia no local e, à tarde, com a chegada do corpo por volta das 15h, a viúva e o terceiro filho apareceram. Em pouco tempo, uma carreata seguiu em direção ao Cemitério Parque das Flores, localizado em Tejipió, na Zona Oeste do Recife. O enterro aconteceu por volta das 17h.

As poucas pessoas que deram declarações foram o vice-presidente da ACS-PE e atual presidente interino, sargento Torres, o ex-ministro da Educação, Mendonça Filho, e o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Eriberto Medeiros. Mas sem qualquer detalhe sobre a motivação do crime.

O sargento Torres, por exemplo, não quis informar, sequer, se Albérisson Carlos vinha sofrendo algum tipo de ameaças. “Não posso falar sobre ameaças. Confiamos no trabalho da Polícia Civil para desvendar esse crime. Albérisson era um companheiro que lutou muito pela categoria e muito querido. Mas não podemos falar mais nada. Acreditamos que a Polícia Civil vai descobrir quem fez isso”, disse.

Robson de Castro, irmão do ex-presidente da ACSP, foi quem mais conversou com os jornalistas, mas também sem falar do crime em si, apenas sobre a pessoa que era o irmão e a saudade que ele deixa. “Não tenho palavras para dizer o quanto ele foi importante na minha vida. Foi um pai para mim. Meu irmão me criou por um tempo. Por ser o mais velho, cuidava da gente. Sempre gostou de cuidar da família e tentou nos engajar na polícia. Esse mesmo prazer tinha em cuidar da categoria. O que queremos agora, além de justiça, é que o legado dele seja preservado. A dor é muito grande”, afirmou, aos prantos.