Partidos de esquerda vivem impasse em São Paulo, prejudicando a federação liderada por Lula

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Lula não abre mão de Haddad e o impasse não é superado

Sérgio Roxo
O Globo

Entre os partidos de esquerda, o principal problema na eleição de São Paulo é a divisão. Hoje, as lideranças dão como certo que o campo terá, pelo menos, dois candidatos. A pulverização de nomes na disputa pode dificultar uma oportunidade, considerada inédita, de um representante dessas legendas chegar ao comando do Palácio dos Bandeirantes.

PT, PSB e PSOL ainda mantêm conversas em busca da unidade, mas os impasses são grandes. Disposto a abrir mão, pela primeira vez em sua história, de ter um nome na eleição presidencial para apoiar o petista Lula, o PSOL considera que é fundamental colocar um candidato próprio na disputa do maior estado do país para a legenda não perder força.

BOULOS DISPUTARÁ – Parte dos petistas já dá como certo que será quase impossível convencer o PSOL a abrir mão da candidatura do líder sem-teto Guilherme Boulos.

Na última terça-feira, Boulos se reuniu com Lula em São Paulo. A saída do líder sem teto da eleição paulista nem foi tratada. Nas próximas semanas, deve ocorrer uma reunião entre os comandos das siglas.

Os petistas, por sua vez, não querem abrir mão de lançar o ex-prefeito Fernando Haddad, que aparece na liderança numérica das pesquisas de intenção de voto no cenário sem o ex-governador Geraldo Alckmin.

A retirada de Haddad é uma exigência feita pelo PSB para fechar o apoio a Lula. Os socialistas querem que o PT embarque na candidatura do ex-governador Márcio França.

FEDERAÇÃO – Além da união na disputa presidencial, PT e PSB discutem a formação de uma federação partidária. Nesse cenário, só é permitido um candidato por estado.

Tanto França como Haddad participaram ativamente das articulações que levaram Alckmin a se aproximar de Lula. E o ex-governador pode sacramentar, em breve, o acordo para ser vice do petista.

Diante do impasse entre Haddad e França, chegou a ser proposta a realização de uma pesquisa para definir qual dos dois seria o candidato, mas, por enquanto, há divergência sobre como seria esse levantamento.