Bolsonaro X STF – Caça ao presidente

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o relatório da Polícia Federal que aponta que houve crime no vazamento de dados sigilosos sobre inquérito que apura ataques hackers ao STF.

SIGILOSO OU NÃO?
A defesa dos investigados ainda não se pronunciou. Mas um deles, o deputado Felipe Barros disse em entrevista à Jovem Pan que a liberação do documento sem sigilo foi feita oficialmente pela Polícia Federal. E ele foi levado para leitura pública na comissão que analisava a PEC do Voto Auditável na Câmara. Logo, argumenta o parlamentar, não haveria sigilo a ser quebrado. “Tanto que em seguida da live do presidente Bolsonaro foi declarado como documento sigiloso, revelando que ele não tinha qualquer restrição”.

INQUÉRITO POLICIAL
Moraes aponta no pedido à PGR que a delegada da Polícia Federal, Denisse Dias Rosas Ribeiro, responsável pelo inquérito policial, “enumerou as inúmeras diligências e depoimentos realizados e certificou a ausência do Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao depoimento marcado para o dia 28/1/2022.

AUSÊNCIA NÃO INTERFERIU
O texto prossegue, indicando que “a Delegada da Polícia Federal salientou, entretanto, que ‘essa ausência, por outro lado, não trouxe prejuízo ao esclarecimento dos fatos’”. Por isso, Moraes pede que a PGR se manifeste tanto sobre o inquérito quanto sobre a ausência do presidente.

DÚVIDA SOBRE O SISTEMA DE VOTAÇÃO
Na abertura do despacho, Moraes lembrou que o inquérito tem por objetivo investigar o presidente, o deputado federal Felipe Barros e o delegado da Polícia Federal Victor Neves Feitosa Campos pela divulgação de dados do inquérito sigiloso da PF “por meio de perfis verificados nas redes sociais, com o objetivo de expandir a narrativa fraudulenta contra o processo eleitoral brasileiro, com objetivo de tumultuá-lo, dificultá-lo, frustrá-lo ou impedi-lo, atribuindo-lhe, sem quaisquer provas ou indícios, caráter duvidoso sobre a lisura do sistema de votação no Brasil”.