Lauro Jardim
O Globo
Nos últimos dias, há uma movimentação nas redes sociais de Ciro Gomes a respeito de uma possível composição do PDT com a Rede para fazer de Marina Silva a candidata a vice na chapa pedetista.
Uma possibilidade que faz espuma nas redes, mas na bancada federal do PDT a discussão é outra: a crise na campanha de Ciro. A união com Marina não é vista por ninguém como algo para valer.
SEM CRESCER – Parte dos deputados tem hoje outra preocupação. Avaliam que a candidatura de Ciro empacou, não cresce nas pesquisas e, assim, eles temem não se reelegerem.
Carlos Lupi, presidente do PDT, é constantemente abordado pelos deputados com essa inquietação. E para todos repete que o partido vai com Ciro até outubro e acredita que a candidatura deslanche.
Uma eventual aliança com Marina Silva não é vista como solução para furar a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. Diz um deputado: “Não é algo que entusiasme a bancada”. Complementa outro parlamentar: “Parece um abraço de afogados”.
PRAZO FATAL – Há um consenso na bancada que março é um mês fundamental para a candidatura. Se até lá o ponteiro das pesquisas não sorrir para Ciro, alguns deputados podem sair da legenda.
Ou, numa situação mais drástica, a bancada pode pressionar Ciro para que ele desista — neste caso, o PDT cairia nos braços de Lula.
Na visão de integrantes do comando de campanha de Ciro esse estresse “não passa de sentimento passageiro” e de “tentativa de cooptação por parte do PT”: “É uma onda passageira. A partir do fim do mês e sobretudo de fevereiro a campanha ganha outro ritmo e tudo isso se dissipa”.