Fundão eleitoral fortalece “oligarquias políticas” nos partidos, adverte Paulo Hartung

Onde bate o coração de Gilberto Kassab | VEJA

Muitos partidos têm donos, e o PSD pertence a Gilberto Kassab

Deu na Coluna do Estadão

A aprovação do Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões reacendeu a discussão sobre democracia interna nos partidos. Lideranças do centro, como o ex-governador Paulo Hartung (ES), têm monitorado a má repercussão da cifra e apontado o efeito da dinheirama no fortalecimento de “oligarquias políticas”.

“O valor gera indignação e, além disso, vai para partidos que não têm democracia interna, que são arranjos com donos. Injetar dinheiro assim é sancionar uma oligarquia política. Amigos do dirigente da sigla receberão mais que outros. Essa distribuição aleatória deforma o sistema político. Some isso às emendas impositivas e você cria um muro quase intransponível para renovar a política”, disse à Coluna.

O debate que Hartung tem proposto é no sentido de manter a minirreforma política e o efeito dela na diminuição do número de partidos e realinhar o foco da atenção do Fundão para sua operação, não apenas no valor, além de atentar para a democracia interna das siglas.

MORO PREGA UNIÃO  – Em entrevista ao canal do YouTube do jornalista Carlos Alberto Di Franco, o candidato Sérgio Moro (Podemos) aproveitou o clima de fim de ano para falar em “união” dos candidatos da chamada terceira via no “combate aos extremos”.

“Temos que nos unir, sim, para construir um futuro melhor”, disse Moro, acrescentando: “Este momento de Natal e Ano Novo é um período de reflexão, em que as pessoas se sentam com suas famílias, seus amigos. Elas precisam começar a refletir que tipo de país querem. Sem tratar um ao outro como inimigo”, afirmou Moro ao jornalista.

OLAVO COMUNISTA – Os comentários de Olavo de Carvalho sobre a possível dificuldade de Bolsonaro num eventual segundo turno em 2022 e sobre ter sido usado como “poster boy” (garoto-propaganda) pelo atual presidente deixaram desnorteados muitos bolsonaristas. Como qualquer um que critica o presidente, claro, Olavo (até ele!) foi tachado de comunista por parte da claque barulhenta.

Enquanto algumas lideranças do bolsonarismo partiram para o contra-ataque (Carla Zambelli, por exemplo, falou em “desinformação” por parte de Olavo), outros tentaram botar panos quentes, sem contrariar o discurso derrotista do guru: “Olavo está certo sobre 2022. Não podemos nos acomodar, veja o Chile”, disse Frederico d’Avila à Coluna.

Mas o ex-ministro Abraham Weintraub protestou: “Olavo comunista? Vocês estão loucos?”, disse ele.