Estou com Moro e não abro nem para a variante Ômicron. Por José Adalbertovsky Ribeiro

comentarista Por José Adalbertovsky Ribeiro – Jornalista e escritor

Dedico este artigo ao meu colega o jurista Ruy Barbosa: De tanto ver triunfar as sumidades, de tanto ver prosperar a honra e a operação LavaJato, o Homo Sapiens chega a ter vergonha de ser desonesto.

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O voto secreto é tão secreto no Brazil quanto James Bond é o agente secreto 007. A quem interessar possa, à mundiça da seita vermelha e aos devotos da seita do gado: meu voto secreto escancarado: estou com Sergio Moro para presidente da República e não abro nem para a variante Ômicron, nem para a variante Delta, nem para a mãe de pantanha.

Seja dito em torno da operação LavaJato: corrupção é fator dinâmico de exclusões sociais, injustiça, concentração de renda e inibidor do desenvolvimento. Não se combate corrupção com luvas de pelica.

A disputa pela Presidência da República, por analogia, é uma corrida de obstáculos em meio a armadilhas e pântanos, os pântanos da corrupção. O desmonte da Operação LavaJato comprova que as forças do mal são dominantes. Não será uma eleição, será uma guerra.

O voto direto veio do Código Eleitoral de 1932, criado pelo ministro da Justiça de Getúlio Vargas, Agamenon Magalhães. (Está escrito no meu livro Perfil Parlamentar de Agamenon Magalhães).

A realidade institucional do Brazil vai além do lendário pesquisado pelo mestre Luís da Câmara Cascudo. Reza uma das principais lendas: Todos são iguais perante a lei. Prefiro a lenda do Boto Cor de Rosa.

Animal elegante e comunicativo, nas noites de lua cheia o boto se transforma num jovem galanteador e assim comparece às festas de São João e São Pedro. Em busca de jovens casamenteiras, conquista a donzela mais formosa da noite. Sob a promessa de casamento, conduz a inocente à sua alcova para degusta-la no fundo do rio.

Seduzida a abandonada, a ex-donzela volta à realidade e vai viver na rua da amargura. Assim também os vivaldinos vivem a propagar a lenda de que os pobres Zés Manés e as Maricotas são iguais perante a lei.