Moro ganha espaço como opção “terceira via”, mas há uma série de obstáculos à candidatura

A realidade é essa : r/brasilivre

Charge do André Dahmer (Arquivo Google)

Marcos Mortari
Infomoney

Em meio à profusão de candidaturas na “terceira via” para as próximas eleições presidenciais, analistas políticos veem hoje o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) como o nome com maior potencial para liderar um movimento alternativo à disputa travada entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A 30ª edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as avaliações e expectativas de consultorias de análise de risco político e analistas independentes sobre assuntos em destaque na política nacional, mostra que tal percepção é compartilhada por 7 de 13 especialistas (54%) que se manifestaram sobre o assunto.

HÁ CONTROVÉRSIAS – Outros 38% acreditam que nenhuma das opções até o momento colocadas terá condições de ocupar o espaço de líder da “terceira via” e em condições de tirar Lula ou Bolsonaro do segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto. Para 8%, os ventos podem soprar a favor de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal.

“Enquanto Bolsonaro dá ‘all-in’ (investe tudo) na complicada busca pela reeleição ao se entregar à aliança com o PL de Valdemar Costa Neto, Lula realizou expressiva demonstração de força em sua recente agenda na Europa. A terceira via segue batendo cabeça, e Sérgio Moro se fortalece ao se antecipar, surgindo como uma segunda via do bolsonarismo”, disse um participante.

Apesar do momento favorável para a campanha, Moro tem como um dos grandes obstáculos para crescer ao longo da disputa o fato de sua principal bandeira ? o combate à corrupção ? não ocupar o mesmo espaço que teve nas últimas eleições.

OUTRAS BANDEIRAS – O Barômetro do Poder mostra que, considerando uma escala de 1 (muito baixo) a 5 (muito alto), a média das avaliações dos especialistas indica que o enfrentamento aos chamados “crimes de colarinho branco” poderia ter impacto de 3,00 sobre a decisão de voto do eleitor, ficando atrás de ao menos 8 temas: inflação (4,86), desemprego (4,79), renda (4,64), fome (4,57), saúde (4,29), desigualdade social (4,00), educação (3,14) e violência (3,14).

Uma avaliação que circula nos bastidores é que Moro seria hoje um “candidato de uma nota só”, com a agenda ideal para 2018, e que agora terá de se reinventar como possível candidato, mostrando ao eleitorado ser capaz de apresentar soluções para outros problemas do país ? sobretudo na esfera econômica.