CPI da Covid-19 aprova relatório final

 

A CPI da Covid-19 aprovou, hoje, por 7 votos a 4 o relatório final do senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a maior tragédia sanitária da história do Brasil. Nesta terça, o país contabilizava 606.293 mortes desde o início da pandemia.

Com a aprovação do relatório, a comissão de inquérito criada para investigar ações e omissões do governo durante a pandemia encerra os seis meses de trabalho pedindo o indiciamento de 78 pessoas e duas empresas.

O relatório aprovado pelos senadores tem 1.289 mil páginas e responsabiliza o presidente Jair Bolsonaro por considerar que ele cometeu pelo menos nove crimes.

Há também pedidos de indiciamento de ministros, ex-ministros, três filhos do presidente, deputados federais, médicos, empresários e um governador – o do Amazonas, Wilson Lima. Duas empresas que firmaram contrato com o Ministério da Saúde – a Precisa Medicamentos e a VTCLog – também foram responsabilizadas.

Votaram a favor do relatório:

  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Humberto Costa (PT-PE)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
  • Renan Calheiros (MDB-AL)
  • Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Votaram contra o relatório:

  • Eduardo Girão (Podemos-CE)
  • Jorginho Mello (PL-SC)
  • Luis Carlos Heinze (PP-RS)
  • Marcos Rogério (DEM-RO)

Após proclamar o resultado, Omar Aziz atendeu a um pedido da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da Covid.

A aprovação do relatório se deu após mais de sete horas de discussão, com dois intervalos, em meio a contestações da tropa governista minoritária na CPI.

Senadores aliados ao Palácio do Planalto refutaram a tese de que Bolsonaro foi responsável pelo agravamento da pandemia no Brasil e apresentaram votos em separado nos quais pediram a investigação sobre a atuação de governadores e prefeitos. As propostas, porém, não foram sequer votadas, já que o parecer de Renan Calheiros foi aprovado antes.

Em um primeiro desdobramento da CPI, senadores planejam entregar o relatório ao procurador-geral da República, Augusto Aras, já amanhã. Também está prevista nos próximos dias a entrega do documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e aos ministérios públicos do Rio e de São Paulo. O parecer será encaminhado ainda ao Tribunal Penal Internacional.