Recado a uma pianista que não respeita a obra, o talento e a memória dos grandes mestres

LOLA ASTANOVA on Instagram: “Hello my insta-family! No, I didn't fall off the earth ..?? I was just busy with the new studio recordings. I am so happy to release The…”

Uma pianista famosa pela vulgaridade, não pelo talento

Jorge Béja 

Neste blog Tribuna da Internet, há anos que escrevo e publico artigos, convidado que fui por seu editor, o combatente, erudito e talentoso jornalista Carlos Newton. O blog tem muitos leitores e comentaristas, todos também eruditos e de muito bom gosto.

Os artigos que escrevo, em sua maioria são jurídicos. Exponho os fatos e os acontecimentos do Brasil e do mundo sob a ótica do Direito. Mas escrevo também sobre outros variados assuntos, como este, que dirijo à dona Lola Astanova, por causa de suas aparições nas redes sociais.

MÚSICAS CLÁSSICAS – Sou advogado há mais de 40 anos. Sempre advogando na Cidade do Rio de Janeiro, onde nasci, cresci e me formei e sempre morei, exceto quando estudei em Paris, na Universidade Sorbonne. Também toco piano. Não posso dizer que sou um pianista. Mas sei tocar piano. E só toco músicas clássicas.

Quando jovem, já dei concertos. Até no exterior, inclusive com a presença do Cardeal Bergoglio, hoje Papa Francisco. Todos beneficentes, porque meu ganha-pão veio e vem da advocacia.

Dona Lola, tudo o que a senhora toca eu também toco. Talvez sem a sua agilidade. Toco mais vagarosamente. Mas toco com sentimento, com recato e sempre vestindo terno ou fraque e casaca, mesmo não sendo um pianista profissional.

MARCANTES DIFERENÇAS – Mas entre a senhora e eu, melhor dizendo, entre a senhora e todos os pianistas clássicos do mundo inteiro, sejam do passado e do presente, existem marcantes diferenças.

Além da senhora imprimir uma celeridade incompatível com as partituras das peças que a senhora executa ao piano – e nenhum outro pianista toca assim –, e além da senhora tocar sem alma e com pé no pedal do piano como se fosse o “acelerador” de um automóvel, a senhora se traja com vestuário inadequado.

A senhora profana e sensualiza o que não é para ser profanado, muito menos sensualizado.

VULGARIDADE – Ao se apresentar com este seu gestual – corpo, caras e bocas – e esta sua vestimenta sumária, sensual, própria das “garotas” que se exibem nas vitrines da cidade de Amsterdam (e não vai aqui o menor preconceito a elas, as “garotas” da vitrine), e sim severa censura à senhora, tanto me faz comparar seu gesto – sensual para uns, pornográfico para outros –, a um padre, sem paramentos, celebrando a Santa Missa de bermuda e camiseta.

Dona Lola, respeite a memória de Fréderic Chopin e de todos os demais compositores clássicos. Dona Lola, respeite a memória dos brasileiros José Feghali, Arnaldo Estrela, Edson Elias, Jacques Klein, do padre salesiano Marcello Martiniano Ferreira, Edith Bulhões e muitos outros pianistas brasileiros que se vivos fossem também deplorariam sua exposição pública, na execução das peças, no gestual e no vestuário.

TOQUES MAGISTRAIS – Respeite a memória de Artur Rubinstein, de Witold Malcunzinki, Cláudio Arrau, Vladimir Horowitz, Badura Skoda e centenas de outros que já não estão mais entre nós.

Todos eles só fizeram elevar e difundir, divinamente, a música clássica com seus “toques” magistrais e sempre “a rigor”, como recomendam a tradição, o recato, a decência e a liturgia reverente, devidas aos que compuseram as peças e devidas a todas as pessoas que as assistem.

https//www.youtube.com/watch?v=7FdDLvED_4E