OMS, em momento de alta criatividade, passa a considerar velhice como “doença”

“Velhice não deveria ser entendida como doença, pois não é algo contrário à natureza.”... Frase de Aristóteles.Vicente Limongi Netto

Lição aos açodados preconceituosos e pobres de espírito: admito ser chamado de idoso ou velho. Jamais de doente. Lamentavelmente, é o que anuncia a Organização Mundial da Saúde (OMS), uniformizada como inventora da verdade. A entidade decidiu, no crepúsculo da ciência, e pregou nas vísceras na alma e no coração dos maiores de 60 ano a pecha de “doentes”.

Existem “doentes”, com idade avançada, firmes no batente. Produzindo e mantendo a fé.  Respeito é bom e eu gosto. Doente, uma ova. Perto dos meus 77 anos, repilo a torpe sentença de vida. Não pretendo me entregar tão cedo ao desânimo.

NEM DEUS… – Por má fé ou desinformação, ou ambas as coisas, o patético e ruidoso arrazoado da OMS esquece que ficar doente, sofrer com dores, demorar a sarar, isso não é característica apenas dos idosos.

Antes fosse. Nem Deus, o maior dos estadistas, o dono da justa palmatória do Universo, tem a tola presunção de identificar seres humanos pela idade avançada.

Por que a OMS decidiu pela inclusão? Segundo a entidade, a razão para considerar velhice como “doença” é a possibilidade de reconhecimento da causa em certidões de óbitos. O príncipe Philip, membro da realeza britânica, por exemplo, morreu aos 99 anos e o atestado de óbito constava morte por idade avançada. Ora, se no atestado constasse “falência múltipla de órgãos” seria mais apropriado.

BAIXARIAS POLÍTICAS – Não culpem a brutal pandemia pelos arroubos políticos. A excessiva importância que a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania(CCJ) deu ao obscuro e inexpressivo Davi Alcolumbre permite agora que o senador pelo Amapá apareça como inacreditável vítima e bom moço, na enfadonha novela da indicação de André Mendonça para o Supremo.

O clima da baixaria política nunca deixou de pautar as ações dos parlamentares. Toda regra é regida pelas saudáveis e bem vindas exceções. Eleitores fartavam-se com arranca-rabos entre candidatos. Era festa para os espíritos de brutamontes.

Hoje, o eleitorado prefere candidatos que não xingam ninguém. Que respeitem a mãe alheia e os ouvidos dos cidadãos. Que tenham educação e propostas que melhorem a qualidade de vida dos cidadãos mais necessitados.

TROCA DE INSULTOS – Nessa linha de permanente deselegância, soa como desprezível pantomima a troca de insultos entre a ex-presidente Dilma Rousseft e o pré-candidato Ciro Gomes, do PDT.

Não será assim, com patadas, que o ex-governador e ex-ministro afetará a candidatura favorita de Lula. Muito menos sensibilizará eleitores antipetistas a seu favor. Foi-se o tempo que chutes na virilha dignificavam a classe política.

Esse desqualificado debate eleitoral agora serve de pasto somente para saciar o apetite de cérebros apequenados pelo ódio. A maioria do eleitorado espera outra coisa.