Funcionários dos EUA na Colômbia relatam sintomas da síndrome de Havana

Investigação americana já está em curso.

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Autoridades norte-americanas investigam eventuais casos da síndrome de Havana na embaixada em Bogotá, dias antes da visita do secretário de Estado, Antony Blinken, à Colômbia.

Mais de uma dúzia de funcionários do prédio apresentam sintomas semelhantes aos da síndrome de Havana: vertigens súbitas, náuseas, dores de cabeça e no pescoço e falta de concentração.

Alguns servidores tiveram de ser retirados da Colômbia, incluindo uma família com um menor, afirmou uma fonte do Departamento de Estado à CNN.

Os norte-americanos afetados pela doença, a maioria funcionários da CIA, descrevem um som intenso e doloroso nos ouvidos. Alguns, dos cerca de 200, ficaram com tonturas e fadiga durante meses.

Nesta última terça-feira (12), o Wall Street Journal mostrou, pela primeira vez, e-mails enviados pelo embaixador norte-americano em Havana, Philip Goldberg, que confirmam uma “série de problemas de saúde inexplicáveis” ou UHLs – o termo usado para a síndrome de Havana pelo governo dos Estados Unidos – desde meados de setembro.

O presidente colombiano, Iván Duque, afirmou ao New York Times que o seu país investiga a situação, frisando que a Casa Branca coordena o inquérito.

Na sexta-feira (8), foram também registrados casos da síndrome de Havana na embaixada norte-americana em Berlim.

Em agosto, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, adiou uma viagem ao Vietnam, depois de dois assessores terem sido retirados do país após adoecerem. À época, não foi confirmado se se tratava de casos da síndrome de Havana.

O presidente Joe Biden afirmou que quer encontrar a causa e o responsável pela doença. Ele assinou uma lei que autoriza as chefias da CIA e do Departamento de Estado a fornecer compensação financeira aos funcionários do governo que sejam afetados pela síndrome.

O que é?

A síndrome de Havana foi noticiada entre 2016 e 2017, quando funcionários da embaixada dos Estados Unidos na capital cubana começaram a apresentar um estranho conjunto de sintomas e sinais clínicos.

A situação levou ao fechamento quase total da embaixada no país comunista, dois anos após a reabertura durante a administração de Barack Obama, numa tentativa de reaproximação com a ditadura de Raúl Castro.

Na época, as autoridades norte-americanas aconselharam os cidadãos a não viajar para Cuba e suspenderam a emissão de vistos na embaixada em Havana.