Por Etiene Ramos
Menos de duas semanas após tomar posse como presidente interino do Banco do Nordeste (BNB), Anderson Possa, aprovou, na última segunda-feira, com sua diretoria, o edital de seleção para operacionalização do Crediamigo – o programa de microfinança urbana do banco. A manutenção do contrato iniciado com o Instituto Nordeste Cidadania (Inec) para gestão do CrediAmigo, por R$583 milhões ao ano, teria sido o motivo da demissão do ex-presidente do BNB Romildo Rolim, no último dia 30.
A ONG cearense, presidida pela petista Zilana Melo Ribeiro, mantinha ainda, desde 2005, contrato anual de R$358 milhões para gerir o Agroamigo, o microcrédito rural do BNB. O expressivo volume de recursos nas mãos do partido do seu possível adversário na próxima eleição, irritou o presidente Jair Bolsonaro. Sem arrodeios, ele cobrou a mudança na diretoria do banco ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, responsável pelas indicações.
Questões políticas à parte, no ano passado o CrediAmigo realizou 4,4 milhões de operações para 2,3 milhões de clientes ativos, o que representa R$12,1 bilhões. Já no Agroamigo, foram R$2,91 bilhões para 1,3 milhão de clientes, 85% deles de baixa renda. A carteira de microcrédito do BNB, há tempos, é cobiçada pelo mercado.
Agora, com o edital na rua, bancos de desenvolvimento, cooperativas centrais de crédito, agências de fomento, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), empresas simples de crédito, dentre outras, podem ser contratadas, pelo prazo de até 60 meses. Que a escolha seja por mérito, preço e experiência.
FONTE: BLOG DO MAGNO MARTINS