Relembre a carreira do cartunista Nani, que morreu aos 70 anos, vítima da Covid-19

Nani Humor: Charges, Cartuns e TirinhasCarine Tavares
TV Globo — Belo Horizonte

Conhecido em todo o país pelo apelido Nani, Ernani Diniz Lucas nasceu em 27 de fevereiro de 1951. Aos 20 anos, começou a carreira em Belo Horizonte, publicando charges. Pouco depois, em 1973, mudou-se para o Rio de Janeiro. Ele morreu, vítima da Covid-19, aos 70 anos, nesta sexta-feira (8).

Ao longo da trajetória profissional, colaborou com O Pasquim e foi chargista de O Globo. Também publicou em veículos como Jornal dos Sports, Última Hora e O Dia.

VEREDA TROPICAL – O cartunista de humor ficou conhecido por ser o criador da tirinha Vereda Tropical, publicada em diversos jornais pelo brasil na década de 1980. A tira satirizava a situação política e social brasileira da época.

Na TV Globo, Nani trabalhou ao lado de Chico Anysio por 20 anos, como roteirista em Chico Total e Escolinha do Professor Raimundo

Segundo os amigos, era nos bares de Esmeraldas que ele se inspirava para os roteiros que escrevia para a Globo. Ao ouvir os amigos nos barzinhos, ele criava bordões que seriam usados, por exemplo, nos episódios com o Chico Anysio.

ROTEIROS E LIVROS – Ele também escreveu textos para os programas Casseta & Planeta, Sai de Baixo e no Zorra Total.

Ao longo da carreira, Nani foi reconhecido por sua obra do humor e agraciado com premiações internacionais. É ainda autor de diversos livros. Entre eles, estão “Batom na cueca”, “É grave, doutor?” e “Humor politicamente incorreto”.

Seu mais recente livro, “Tem outra palavra na palavra”, foi lançado em 31 de agosto deste ano.

VOLTA AO LAR – Mineiro de Esmeraldas, na Região Metropolitana, Nani estava fazendo isolamento em sua cidade natal desde o início deste ano, quando se mudou do Rio, mas foi infectado pelo coronavírus.

De acordo com a família, Nani estava internado havia uma semana na capital mineira. Ele deixa dois filhos, Juliano e Danilo, uma neta, a Manuela, e a mulher, Inez. Ainda não há informações sobre enterro e velório.

Nani fazia parte do grupo de risco para a Covid-19. Ele ficou conhecido na medicina brasileira por ter passado por três transplantes de fígado em apenas um mês.