“Corrupção mata mais que vírus”, disse campeão olímpico de surf, Ítalo Ferreira

Historicamente, os Jogos Olímpicos sempre foram um momento onde os olhos do mundo se voltaram para o esporte, e só. Todavia, em um mundo cada vez mais ideologizado e culturalmente monopolizado, não é surpresa constatar que na edição de Tóquio, no Japão, já pudéssemos ver os efeitos danosos da politização sobre a competição.

Como resultado, atletas como o brasileiro Ítalo Ferreira, que levou o ouro no surf fazendo história, passaram a ser alvos da “patrulha” de parte da sociedade que não sabe diferenciar fanatismo político-ideológico de vida social, patriotismo e competitividade esportiva.

Após ganhar o ouro, essa patrulha notadamente opositora ao atual governo tratou de resgatar postagens do surfista para averiguar se o mesmo seria ou não um “bolsonarista”. Influenciadores famosos cujos nomes não merecem a citação endossaram essa caça fantasmagórica aos atletas, promovendo a ideia de que não se pode torcer para quem apoia um “genocida”.

Como em janeiro desse ano Ítalo afirmou que a “corrupção nos estados, mata mais que qualquer vírus. Triste realidade”, ele passou a ser visto como um bolsonarista em potencial. Até o momento, nada além disso da parte do atleta. Não é possível cravar se ele é um apoiador ou não do governo, mas a sua visão condiz com a posição do presidente Jair Bolsonaro sobre esse aspecto da pandemia: sim, corrupção também mata!

O que nos chama mais atenção, no entanto, não é a posição política de Ítalo Ferreira. Para nós, não faria a menor diferença a sua opinião a favor ou contra este governo. Como atleta que é, a única relevância a seu respeito que nos interessa é o seu talento como surfista e o quanto isso importa para o Brasil, como nação.

Mas, a mediocridade intelectual de quem enxerga em tudo um motivo de politização não consegue fazer diferenciação de competências. A prova disso está no fato de que figuras como Felipe Neto são ouvidas como se fossem referência em campos que passam longe da sua esfera de competência. Mas essa é a realidade quando o fanatismo e a mediocridade imperam mais que a lucidez e a inteligência. O que esperar disso, pela frente, é coisa ainda pior.