LITERATURA – Confissão – Manuel Bandeira

Manuel Bandeira

Confissão

Manuel Bandeira

Se não a vejo e o espírito a afigura,
Cresce este meu desejo de hora em hora…
Cuido dizer-lhe o amor que me tortura,
O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora.
Cuido contar-lhe o mal, pedir-lhe a cura…
Abrir-lhe o incerto coração que chora,
Mostrar-lhe o fundo intacto de ternura,
Agora, embevecida e mansa agora…
MANUEL BANDEIRA