Jovem que filmou morte de George Floyd é homenageada pelo Prêmio Pulitzer, o “Nobel do jornalismo”

RFI – O Comitê do Prêmio Pulitzer concedeu uma “menção especial” nesta sexta-feira (11) para a adolescente que filmou o momento da prisão e do assassinato do afro-americano George Floyd. As imagens, que viralizaram, geraram protestos em todo o mundo contra o racismo e a violência policial.

Darnella Frazier, 17 anos, recebeu a homenagem durante a cerimônia de anúncio dos prestigiosos prêmios de jornalismo de 2021.  O Comitê do Pulitzer saudou a coragem da jovem que, em maio de 2020, estava fazendo compras quando se deparou com a ação dos policiais nas ruas de Minneapolis. Um dos oficiais pressionava o pescoço de Floyd enquanto o afro-americano gritava que não conseguia respirar.

Segundo o comitê do Pulitzer, mesmo se não é jornalista, Frazier merece essa menção especial por ter gravado a cena, em “um vídeo que desencadeou protestos contra a violência policial no mundo todo e que destacou o papel fundamental dos cidadãos na busca dos jornalistas por verdade e justiça”.

“Eu não conhecia aquele homem (…), mas sabia que a vida dele importava”, declarou Darnella Frazier nas redes sociais em maio passado, na semana do aniversário de um ano da morte de Floyd. “Isso me transformou. Mudou minha visão da vida. Me fez entender a que ponto é perigoso ser negro nos Estados Unidos”, completou a jovem.

A equipe do jornal Star Tribune de Minneapolis recebeu o prêmio na categoria de notícias de última hora. A recompensa foi concedida pela cobertura da morte de Floyd e suas repercussões.

Já na categoria de “serviço público”, o prêmio foi para o jornal The New York Times. O diário foi escolhido por sua cobertura da pandemia de coronavírus. O mesmo tema também deu ao jornalista Ed Young, da revista The Atlantic, o prêmio de “jornalismo explicativo”

O site BuzzFeed ganhou seu primeiro Pulitzer na categoria de reportagem internacional pela sua cobertura dos campos de prisioneiros construídos na China para a detenção em massa de muçulmanos.

Fato raro na história do Pulitzer, a campanha presidencial norte-americana, a eleição e a transição na casa Branca, que geralmente são assuntos celebrados, não receberam nenhuma recompensa. As reportagens sobre a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro, também não foram premiadas.