Deu na Coluna do Estadão
Jair Bolsonaro já foi avisado: existem resistências no Senado à provável indicação do advogado André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda assim, o presidente estaria disposto a correr o risco, porque os laços de amizade dele e da primeira-dama Michelle com o atual AGU são fortes, fundidos pelo hábito de orarem juntos.
Vale lembrar a promessa: Bolsonaro ficou de indicar alguém “terrivelmente evangélico”. Um dos focos dessa resistência a Mendonça está na Comissão de Constituição e Justiça, comandada por Davi Alcolumbre (DEM-AP).
“COURO GROSSO…” – No entorno de Bolsonaro, já há quem defenda um cavalo de pau nos pré-requisitos dos cotados: mais importante do que a opção religiosa, o indicado deve ser alguém com “couro grosso” para suportar o jogo bruto da Corte, por onde passa o futuro do clã e também do governo.
Não é bem esse, até onde se sabe, o perfil de André Mendonça. E fazer uso da Lei de Segurança Nacional contra críticos do presidente não ajuda Mendonça no Senado.
E Alcolumbre é um dos que veem com bons olhos o nome do ex-palaciano Jorge Oliveira, que esteve cotado para a vaga assumida por Kassio Nunes Marques.
TRATORAÇO – Para os defensores de Oliveira, ele tem o “couro grosso”. Como a Coluna mostrou, ele vai relatar ao menos um dos casos do tratoraço no TCU.
Para o major reformado da PM, a falta de um currículo robusto pesou contra lá atrás. Agora, ele adquire o status de ministro do TCU. No meio jurídico, porém, ainda há restrições ao nome dele.
E ainda esperançoso de ser o indicado ao STF, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, marcou a escolha das vagas de desembargadores no STJ só em agosto. Mas não precisaria entrar nesse fogo cruzado, se pode ser indicado para o STF em julho, quando Marco Aurélio Mello aposenta.
E o procurador-geral Augusto Aras ainda corre por fora e tem a simpatia de alguns ministros do STF.