Morre o cantor e compositor Cassiano, ícone do soul brasileiro, aos 77 anos

Autor do hit ‘Primavera’, músico paraibano estava em estado grave, no Rio, após uma parada cardíaca

Cassiano  Foto Divulgação

Em nota enviada pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio, a direção do Carlos Chagas informa que Cassiano morreu às 16h30, após permanecer internado em estado grave por pneumonia e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). O óbito se deu por choque séptico pulmonar.

A direção do Hospital Estadual Carlos Chagas (HECC) lamenta a morte de Genival Cassiano dos Santos, nesta sexta-feira, dia 07.05, às 16h30m. O paciente esteve internado na unidade desde o dia 25 de abril, em estado grave, com pneumonia e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). De acordo com a direção, o paciente morreu por choque séptico pulmonar.

Genival Cassiano dos Santos nasceu em 1943 em Campina Grande (PB), mas mudou-se com a família aos seis anos de idade para o Rio, onde chegou a trabalhar como ajudante de pedreiro. Adotando profissionalmente apenas o nome de Cassiano, começou tocar violão aos 21 anos no Bossa Trio, que daria origem ao grupo vocal Os Diagonais, ao lado de seu irmão Camarão e de Hyldon, outra lenda do soul nacional.

Tim Maia gravaria seu disco de estreia, de 1970, tendo a formação como banda de apoio. A música que abre o LP e um dos primeiros sucessos de Tim, “Coroné Antônio Bento” (João do Vale e Luiz Wanderley), já era cantada nos shows dos Diagonais com a levada rítmica registrada no disco.

Foi justamente na voz do Síndico que as duas composições mais conhecidas de Cassiano estouraram: “Primavera” e “Eu amo você”. Exímio guitarrista, ele também escreveu músicas gravadas por outros ícones da MPB, de Alcione (”Mister sambs”) a Gilberto Gil (”Morena”).

Na década de 1970, atingiu o auge do sucesso quando músicas de sua autoria passaram a integrar a trilha sonora de novelas da Globo, como “A lua e eu” em “O grito” (1975) e “Coleção” em “Locomotivas” (1977). Em 1978 passou por uma cirurgia para retirar parte de um pulmão.

Álbuns de sua discografia, como “Apresentamos nosso Cassiano” (1973) e “Cuban soul” (1976), são considerados joias por reunir influências diversas, de Stevie Wonder e Otis Redding a Lupicínio Rodrigues, num som de assinatura própria.

Seu último disco solo, “Cedo ou tarde”, foi lançado em 1991. Nele, Cassiano regravou sucessos da década de 1970, e contou com a participação de Marisa Monte, Luiz Melodia, Djavan, Ed Motta e Sandra de Sá.