Pego espião da ABIN

Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), juntamente com o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), emitiram nota oficial e um vídeo nas redes sociais negando a produção de qualquer relatório para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

“Auditoria, realizada na base de dados da Agência, afasta, por completo, qualquer possibilidade de confecção dos relatórios divulgados”, escreveu o GSI.

Abin e GSI informaram ainda a realização de uma sindicância interna que apontou para um servidor que teria falsificado informações e repassado à imprensa. A Justiça autorizou a Polícia Federal a cumprir, na manhã de hoje (7), mandados de busca e apreensão na casa e na estação de trabalho servidor suspeito. Ramagem ainda afirmou que a ABIn protocolou uma notícia-crime contra o servidor: “Não é uma notícia feliz de se dar, mas é um dever nosso correcional. É punitivo. O servidor vai responder em instância criminal e cível. Já vai ter seu afastamento, o que cumpre nosso papel de defesa da instituição”, declarou o diretor-geral.

Ramagem ainda declarou que deu início a processos contra jornalistas e outros meios de comunicação responsáveis pela publicação de reportagens e notícias sobre a suposta produção de relatórios para incriminar Flávio Bolsonaro.

“Já está em andamento procedimentos de judicialização criminal e civil em face desses jornalistas que, mentirosamente, deram origem a essas imputações de relatórios, além de pessoas, jornalistas ou não, que podem ter influenciado eles a isso. A constatação é a seguinte: que, acredito, parcela da imprensa, pequena, de má-fé, constrói o método, cria um falso fato grave, sem qualquer comprovação ou fundamento, joga para difusão geral para uma condenação pública, execração pública, desacreditar a instituição e seus integrantes. […]Foram constatados textos extremamente mal redigidos, com trechos atécnicos, desassociados de qualquer construção de textos de relatório de inteligência de qualquer servidor da Abin. Isso demonstra que não foi construído e consultado nada aqui dentro da Abin sobre esses assuntos”, criticou Ramagem.

Confira a íntegra da nota:

“Sindicância interna também identificou fonte de vazamento de informações sigilosas da Agência.

Partes do organograma interno e identidade de servidores foram criminosamente vazados para dar aparência de veracidade às matérias e atribuir suposta responsabilidade pela elaboração dos relatórios. Em decorrência do resultado das sindicâncias, na manhã desta 3ª feira (6.abr), foram realizadas ações de busca e apreensão, determinadas pela Justiça, para apurar responsabilidade criminal pelo ocorrido. 

A Abin ressalta que a imprensa cumpre papel fundamental perante à sociedade quando trabalha de forma livre, profissional e voltada à busca da verdade. Todavia, a criação de falsas narrativas e imputação leviana de ilícitos acarretam danos a pessoas, às instituições e à devida formação da opinião pública.”