Banco suíço recomenda comprar ações da Petrobras

 

O banco suíço UBS divulgou comunicado para os investidores, ontem, com uma recomendação: compre papéis da Petrobras. Segundo o banco, o mercado teve uma reação “exagerada” ao “fluxo recente de notícias”. Eis a íntegra da análise do UBS (344 KB). As informações são do Poder360.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, na última sexta-feira, que trocaria Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna no comando da estatal. Ao longo daquele dia, a Petrobras perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado. Ontem, foram R$ 76,2 bilhões.

As ações ordinárias da estatal caíram 20,48% na segunda-feira. Foi a maior queda desde 13 de março de 2020, quando recuou 21,08%. As preferenciais recuaram 21,51% na segunda-feira – o pior desempenho desde 9 de março do ano passado (-29,70%).

“Achamos que esse desempenho é descomedido e uma reação exagerada ao fluxo de notícias recentes”, avalia o banco.

O UBS disse que vê a Petrobras “muito próxima da paridade na importação de combustível” e “mais protegida de uma perspectiva de governança do que antes”.

“Acreditamos que ‘assombrações do passado’ estão afetando as percepções dos investidores”, lê-se no comunicado. “Mas a estrutura regulatória atual da Petrobras é muito diferente em comparação com há 5 ou 10 anos”, argumentou o banco.

O UBS citou também a “reação imediata da CVM [Comissão de Valores Mobiliários]”. A CVM abriu um processo administrativo no sábado para apurar questões referentes aos acontecimentos mais recentes envolvendo a Petrobras.

De acordo com a análise do banco, existem 3 pontos que podem eventualmente ser prejudiciais à recomendação apresentada no comunicado:

  1. forte alta dos preços do petróleo e da taxa de câmbio;
  2. uma mudança na estratégia do plano de desinvestimento;
  3. o acionista principal, o governo federal, forçar a Petrobras a subsidiar os preços dos combustíveis.

Com relação ao 1º ponto, o banco disse não acreditar que o cenário atual possa causar impactos anualizados significativos. Sobre o item 2, o UBS disse que não tem conhecimento, até agora, de novas conversas sobre a questão.

Ao falar sobre o último ponto, o banco afirmou que se fia no estatuto da Petrobras e nas leis brasileiras. “A lei federal e os estatutos das empresas mais fortes sugerem que possíveis mudanças que possam prejudicar os interesses de uma companhia e das minorias são um desafio hoje, com um custo político potencialmente mais alto [do que no passado]”, disse o UBS.

Segundo o banco, a “reunião do conselho que analisará o pedido de destituição do sr. Castello Branco como membro do conselho e CEO e a contagem dos votos dos integrantes do conselho será um marco importante”. O conselho de administração da Petrobras ainda precisa analisar a troca. O mandato de Castello Branco termina em 20 de março.