Como nascem as manhãs, na ponta do dedo de uma criança, na poesia de Flora Figueiredo

Flora Figueiredo - Autores no SKOOB

Flora Figueiredo faz poemas enternecedores

A tradutora, cronista e poeta paulista Flora Figueiredo mergulha no silêncio da noite para nos mostrar como nascem as manhãs, no seu poético entender.

COMO NASCEM AS MANHÃS
Flora Figueiredo

O fundo dos olhos da noite
guarda silêncios.
Esconde na retina
a menina que corre descalça em campo aberto.
Pálpebras cerradas, a noite emudece.
A menina com medo
faz um furo no escuro com a ponta do dedo.
Cai um pingo de luz.
Amanhece.