O Cinema tradicional vai perder para o streaming?

Um produto melhora quando existe competição. Mas e quando a mesma empresa cria essa briga entre seus dois serviços e não quer tomar uma decisão concreta? Esse é o caso da luta entre o cinema tradicional e os serviços de streaming!

Já faz tempo que existe uma intensa luta sobre quem irá sobreviver: as salas de cinema ou os sofás para assistir Netflix? A resposta não é muito simples e uma boa resolução depende muito de pessoa para pessoa, sem contar que envolve uma série de outros problemas, desde elenco até orçamento do longa.

Foi no final de 2020 que a Warner decidiu que TODOS os seus lançamentos de 2021 iriam para os cinemas e para o streaming HBO Max ao mesmo tempo. Essa decisão da produtora de cinema gerou uma intensa briga nos bastidores, com ameaças de demissão e tentativas de reverter a ação sobre alguns filmes. Mas acaba que esse nem é o grande foco desse problema.

Por culpa de leis extremamente autoritárias e estúpidas os cinemas do Brasil ficaram fechados por quase 1 ano e, mesmo isso sendo péssimo, serviu para gerar reflexão. Mesmo após a abertura das salas, não utilizei o serviço nem mesmo uma vez, e não senti falta alguma. Tudo que queria ver já estava disponível online (nos serviços de Streaming) ou estaria em breve. Com isso surgiu a dúvida: nós realmente precisamos do cinema?

Reprodução/Divulgação

Sim, ainda é algo que deve ser valorizado, mas não pela questão cultural. É óbvio que todos apreciamos comprar uma pipoca no balcão, entrar naquela sala com o chão sujo e grudento e sentar em uma poltrona desconfortável por 2 horas seguidas. Mas a necessidade do cinema ainda vai bem além disso.

Os filmes que vemos só conseguem ter essa alta qualidade de produção pois os lucros nas bilheterias pelo mundo são imensas, bem maiores do que uma Netflix ou Amazon Prime Video conseguem alcançar. São bilhões de dólares gerados por cada obra, não é dinheiro para se jogar fora. E é com esses recursos que faz com que as produtoras, como MarvelWarner ou até a Disney, consigam criar novos longas e novos universos, para gerar ainda mais dinheiro.

O medo do fim do cinema tradicional é basicamente esse, ter um orçamento muito menor para os filmes, criando produções mais baratas e de menor qualidade. Um serviço de Streaming consegue investir a mesma quantia que um estúdio em uma obra original, mas para isso teria que fazer cortes em algum lugar, pois eles já sabem o quanto arrecadam. Um novo lançamento não é uma variável tão significativa no número de assinaturas.

Então além da questão cultural do cinema, é importante que as produtoras consigam manter os altos índices de lucro e investimento para obras que serão lançadas para streaming e não devem ter um lucro tão grande quando comparado ao ser lançado em salas de cinema através do mundo todo. O futuro é incerto em relação ao posicionamento dos estúdios de cinema, mas temos a certeza de que essa briga continuará por algum tempo até chegar em uma boa resolução.

“Estradas? Para onde estamos indo, não precisamos de estradas.” – De Volta Para o Futuro