Japão proíbe entrada de estrangeiros no país até 31 de janeiro

Autoridades identificaram nova cepa do coronavírus em pelo menos cinco viajantes que estiveram no Reino Unido

 

O Japão decidiu proibir a entrada de todos os estrangeiros no país, de 28 de dezembro a 31 de janeiro de 2021, após detectar pelo menos cinco casos positivos para uma nova cepa do coronavírus que está se espalhando rapidamente, vinda do Reino Unido. A partir de segunda-feira, apenas cidadãos japoneses e estrangeiros residentes no país terão permissão para retornar.

Na quinta-feira, o país já havia proibido a chegada de estrangeiros do Reino Unido depois que autoridades identificaram a nova cepa em pelo menos cinco viajantes que estiveram no país europeu. Segundo o ministro da Saúde, Norihisa Tamura, os passageiros foram examinados em dois aeroportos entre os dias 18 e 21 de dezembro.  Todos foram enviados para quarentena.

Além disso, para entrar no país, cidadãos japoneses e residentes estrangeiros devem mostrar a prova de um teste de coronavírus com resultado negativo 72 horas antes de partir para o país e devem ficar em quarentena por duas semanas após a chegada, de acordo com um comunicado divulgado neste sábado.

As infecções atingiram um recorde de 949 na capital, Tóquio, no momento em que o país se prepara para o feriado de Ano Novo, onde normalmente ocorre o fluxo de pessoas da capital para as províncias. Sob pressão, o primeiro-ministro Yoshihide Suga  pediu à população para ficar em casa.

Os casos de pessoas contaminadas pela nova cepa do vírus continuam sendo detectados em vários países da Europa. Ao menos quatro casos foram registrados em Madri, em pessoas que retornaram do Reino Unido ou que tenham relação com passageiros procedentes do país.

Após a confirmação da mutação do vírus, que só pode ser detectada se a sequência do genoma do vírus for analisada após um teste de PCR, muitos países fecharam as portas com o Reino Unido e alguns ainda mantêm as restrições em suas conexões aéreas, marítimas ou terrestres.

A situação provocou o caos nos sistemas de abastecimento e grandes engarrafamentos de caminhões nas fronteiras. Milhares de motoristas passaram o Natal bloqueados em seus veículos na área do porto inglês de Dover. Todos devem apresentar resultado negativo em um teste de covid-19 para entrar na Europa continental.

Na Coreia do Sul, o governo também teme uma nova onda. Neste sábado, o país registrou o segundo maior número diário de casos, com novos surtos em uma prisão, lares de idosos e igrejas. De acordo com a Agência Coreana de Controle e Prevenção de Doenças (KDCA) foram 1.132 novos casos na sexta-feira, pouco abaixo dos 1.241 registrados um dia antes.

— O vírus está se espalhando quando e onde quer — disse o ministro da Saúde, Kwon Deok-cheol, acrescentando que as pessoas estavam sendo infectadas em pequenas reuniões com amigos e conhecidos. — Estamos na encruzilhada da terceira onda, e como paramos a propagação depende de como passarmos este final de ano.

No momento, a Europa é a região do mundo com propagação mais rápida do vírus, com a média de 250 mil novos casos por dia na semana passada.

Fonte: O Globo