Sociedade civil precisa praticar ‘vigilância cidadã’, avalia Lilia Schwarcz

Para especialista, é necessário que população esteja atenta ao autoritarismo e tenha mecanismo de manifestar insatisfação

A historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz avaliou o panorama político do Brasil após o ano de 2020 e os rumos do país em meio às crises. Em entrevista a Mário Kertész hoje (22), durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ela pregou a necessidade de manter uma “vigilância cidadã”.

“A crise nunca foi tão forte. É uma crise econômica, política, saúde, da cultura e moral também. Mas acho que crise quer dizer, na sua origem, decisão. Tá na mão dos brasileiros, está na mão de todos nós, a sociedade civil, alterar esse quadro e lutar por um país mais igual e democrático. Silvio Almeida e todo o pessoal da coalizão negra por direitos que dizem, com razão, que nós não teremos uma democracia se continuarmos tão racistas. Também diria se continuarmos tão machistas, misóginos e continuarmos a destruir as nossas florestas e, com elas, as nossas populações indígenas”, disse a antropóloga.

“Acho que é hora da sociedade civil brasileira lutar por seus direitos e praticar vigilância cidadã. É isso que eu procuro fazer em meu Instagram todo dia, uma espécie de vigilância cidadã e uma tentativa de, como cidadã que eu sou, interferir, opinar e informar. É disso que nós precisamos”, acrescentou.

Ainda segundo Lilia, população precisa reagir, mas sem provocar uma espécie de cisão democrática. “Temos um presidente populista, tecnocrata, autoritário e que quer acabar com tudo na base do ‘Tá ok e ponto final’. Acho que nós temos que reagir e constranger. Não estou propondo qualquer atitude antidemocrática, pelo contrário. Mas é chegado o momento de, cada um em seu lugar, se manifestar. Cidadania é isso é o lugar de cada um. Não existe uma maneira de se manifestar e lutar por direitos, todas as maneiras são boas e muito importantes”, comentou.

Fonte: METRPOLE 1