Brasil está caindo no ranking de mortes por Covid-19 em relação ao número de habitantes

Mário Assis Causanilhas

Enfim, aparece uma estatística que faz sentido, mostrando que existem países desenvolvidos em situação muito pior do que o Brasil, em matéria de contaminação e mortes pela Covid-19. Pelo comportamento da imprensa brasileira, fica parecendo que o Brasil está como último colocado nesse sinistro campeonato, mas isso não é verdade, conforme essa matéria do site Poder360 deixa bem claro.  O Brasil era o 11º em agosto e agora é o 15º do ranking, com 855 mortes por milhão.

Brasil tem uma das piores taxas de mortes por milhão pela Covid;  especialistas dizem que comparação em meio à pandemia, porém, não é a ideal  | Coronavírus | G1###
BÉLGICA É O PAÍS COM MAIS MORTES EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE HABITANTES?

Weudson Ribeiro Poder360

A Bélgica é o país com maior número de mortes por covid-19 por milhão de habitantes. Até sábado (12.dez.2020), eram 1.532 vítimas do coronavírus a cada grupo de um milhão. O Brasil é o 15º do ranking, com 855 mortes por milhão.

O país europeu ocupa as primeiras posições dessa lista desde abril, auge da 1ª onda de covid-19 no continente. Naquele mês, 46% das mortes pela doença ocorreram em hospitais e 53%, em lares de idosos. Grande parte desses óbitos não tinha confirmação de que foram causados pelo coronavírus.

Embora, nos hospitais, todas as mortes tenham a causa confirmada por testes, só 5% das ocorridas em lares de idosos têm confirmação clínica.

MODELO DA OMS – De acordo com o professor Yves Van Laethem, a Bélgica usa a abordagem recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pelo Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, que congratulou a Bélgica pela abordagem.

Steven Van Gucht ratifica: “Quando olhamos para os números de mortalidade acima do esperado, vemos que eles aumentaram em muitos outros países, e que o número total de mortes é maior do que na Bélgica”, disse o virologista, mencionando Holanda, França, Itália, Espanha e Reino Unido.

Muitas vezes, o número de mortes por coronavírus oficialmente relatadas nesses países é menor do que a mortalidade por outras causas”, disse Van Gucht, acrescentando que não é o caso na Bélgica.

IMPACTO DE EPIDEMIAS – A Bélgica tem trabalhado há alguns anos para dimensionar melhor o impacto de epidemias no país. Em 2017, o governo registrou 3.284 mortes excedentes durante a temporada de gripe no inverno (de dezembro a março). Em 2018, esse número caiu para 3.093. E, em 2019, não houve excesso de mortalidade durante o inverno.

Em 1º de março, quando foi confirmada a segunda infecção por Covid-19, o governo passou a restringir o acesso a escolas, instalações esportivas e locais públicos para pessoas que retornavam de áreas de risco na Europa, como Itália e França.

Em 10 de março, o governo aconselhou os cidadãos a cancelarem todos os eventos com capacidade superior a 1.000 pessoas. As escolas permaneceram abertas, mas ficaram proibidas de realizar excursões internacionais.

MEDIDAS DE CONTENÇÃO – Em 27 de março, o Conselho de Segurança Nacional e os governos locais decidiram prorrogar medidas de contenção à pandemia até 19 de abril. Em 15 de abril, foram estendidas até 3 de maio.

De 17 a 21 de março, o número de óbitos por covid-19 teve aumento de, em média, 64% ao dia. Em 3 de abril, 92% dos mortos pelo vírus tinham 65 anos de idade ou mais. Só 0,6% tinham menos de 45 anos.

Em 29 de novembro de 2020, a Bélgica havia reportado mais de 16.500 mortes por covid-19, doença fatal sobretudo em pessoas com mais de 85 anos. Mais de 8.600 mortes ocorreram nessa faixa etária.

MUITOS IDOSOS – Levantamento da CIA (a agência de inteligência do governo norte-americano) mostra que pessoas com mais de 65 anos são 19,2% da população belga. Esse é o grupo mais vulnerável à doença. O 2º grupo de maior risco é o de pessoas com mais de 60 anos, que são 13% da população do país. Os adultos de 25 a 54 anos formam 39% dos habitantes.

Jovens de 0 a 24 anos são, juntos, 28% da população belga. Quase 40% dos pacientes internados com covid-19 na Bélgica têm pressão alta e 1 em cada 3 sofre de doenças cardiovasculares. Cerca de 20% dos infectados que dão entrada nos hospitais têm diabetes. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde brasileiro, 75% dos mortos por covid-19 são pessoas com doenças do coração e diabetes.