BRASÍLIA — O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou a criação de um bloco com 157 deputados para a disputa à presidência da Casa. Integram o grupo PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV.

O bloco ainda não tinha anunciado o seu candidato. Nos bastidores, a disputa envolve o nome de pelo menos cinco deputados. Um deles, com menos chances, é Luciano Bivar, presidente do PSL. Apesar de ter feito aliança com Maia, o partido, dono da segunda maior bancada na Câmara — 53 parlamentares — está rachado: de um lado estão os bivaristas, que apoiam o presidente; de outro, os bolsonaristas, simpáticos à candidatura do adversário de Maia, Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão e apoiado pelo Planalto. Outro exemplo da divisão no PSL é que, ao assumir compromisso com Maia, a sigla vai na contramão do PROS e PTB, aliados de Bolsonaro, com os quais forma um bloco na Câmara.

O líder do DEM, Efraim Filho (PB), avaliou que a formação do bloco é a consolidação de um grupo forte para a disputa à presidência:

— Foi a largada para articulação da sucessão. A escolha do nome virá na sequência e deverá sair até o final desta semana. O nome será o resultado de diálogo entre as forças que compõem o bloco, aliado ao apoio direcionado pelas bancadas.

Além de Bivar, estão na corrida como eventuais “candidatos de Maia”, os deputados Elmar Nascimento (DEM-BA) e Baleia Rossi (MDB-SP), os mais cotados. O nome de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) também é ventilado, mas, embora seja aliado do atual presidente da Câmara, tem o inconveniente de ser do mesmo partido de Lira.

Nesta quarta, Arthur Lira (PP-AL), que tem apoio do presidente Jair Bolsonaro e é visto como o principal adversário do grupo de Maia, lançou sua candidatura à presidência da Câmara, com apoio de oito partidos.

Também nesta quarta-feira Maia disse que presidente Jair Bolsonaro está “desesperado” para “tomar a presidência da Câmara” e tocar pautas armamentistas, de costumes e que flexibilizem regras ambientais. Para ele, não faria sentido o governo investir na candidatura de Lira, se a preocupação fosse apenas a pauta econômica, tendo em vista que os pré-candidatos de seu bloco têm os mesmos pensamentos liberais do ministro Paulo Guedes.