Fundador da Qualicorp delata Aécio, Serra, Renan, Palocci e Jucá

Por Fábio Leite, da Crusoé
O empresário José Seripieri Filho, fundador da Qualicorp, assinou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República no qual revela pagamentos ilícitos a políticos do MDB, PSDB e PT. Entre os delatados estão os senadores José Serra e Renan Calheiros, o deputado Aécio Neves, e os ex-ministros Romero Jucá e Antonio Palocci.

O acordo, que está sob sigilo, ainda precisa ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal, onde o relator é o ministro Luís Roberto Barroso. Com o aval do STF, os depoimentos e as provas apresentadas por Seriperi poderão ser usados em inquéritos para investigar os políticos delatados na própria corte ou em ações eleitorais já em curso. Pelo acordo, o empresário também terá de devolver cerca de 200 milhões de reais.

As negociações de Seriperi com a PGR começaram após o empresário, que também é conhecido como Júnior, ter sido preso em julho em uma operação da Polícia Federal que investigou suposto pagamento de 5 milhões de reais da Qualicorp, via caixa dois, para a campanha Serra ao Senado, em 2014. Na ocasião, a PF fez buscas em endereços ligados ao tucano.

As negociações de Seriperi com a PGR começaram após o empresário, ter sido preso em julho em uma operação da Polícia Federal que investigou suposto pagamento de 5 milhões de reais da Qualicorp, via caixa dois, para a campanha Serra ao Senado, em 2014.Qyalicorp

No início deste mês, Seriperi, Serra e outros dois executivos se tornaram réus na Justiça Eleitoral em São Paulo, acusados de caixa dois, corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia feita pelo Ministério Público paulista foi recebida pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Marco Antonio Martin Vargas, horas depois de o ministro Gilmar Mendes devolver o caso para a primeira instância eleitoral, no dia em que o crime de caixa dois prescreveria.

Gilmar havia avocado o inquérito sobre Serra para o seu gabinete no Supremo em agosto, a pedido da defesa do senador, que alegou que a investigação da PF avançou sobre o ano de 2015, quando o tucano já exercia mandato no Senado e, por isso, só poderia ser investigado junto ao STF por causa do foro privilegiado.