Ameaça de Rodrigo Maia assusta o governo e a base aliada resolve desobstruir a pauta

 na Câmara, Ricardo Barros, concede entrevista no Palácio do Planalto — Foto: Pedro Henrique Gomes/G1

Barros, líder do governo, foi logo convocado por Bolsonaro

Pedro Henrique Gomes
G1 — Brasília

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas-PR), afirmou nesta quarta-feira (11) que a base aliada “topa”, após as eleições municipais, votar projetos de segunda a sexta até o recesso parlamentar.

Ricardo Barros deu a declaração no Palácio do Planalto, após ter se reunido com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do governo.

PAUTA TRAVADA – As votações na Câmara costumam acontecer às terças e quartas, mas uma disputa interna pelo comando da Comissão Mista de Orçamento do Congresso trava as sessões de votação da Câmara há mais de um mês.

A presidência do colegiado é disputada por uma candidata do “Centrão”, a deputada Flávia Arruda (PL-DF), e por um deputado do DEM, Elmar Nascimento (BA).

“Encerrando as eleições municipais, vamos iniciar as votações. A base do governo, o líder [do ‘Centrão’] Arthur Lira já disse que topa votar de segunda a sexta, todo dia, até o recesso parlamentar”, declarou Ricardo Barros.

NEGOCIAÇÃO COM MAIA – Segundo o líder, a pauta de votações será negociada com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Ricardo Barros afirmou que o governo quer votar as seguintes pautas nas próximas semanas: mudanças no mercado de cabotagem; superávit de fundos do governo; dívida dos estados; regulamentação do novo Fundeb.

Barros disse, ainda, que o governo não tomará lado na disputa pela Comissão Mista de Orçamento. Ele afirmou que a disputa está entre partidos da base e que o governo espera que eles se entendam. “O governo está aguardando que os partidos da base se entendam. Nós não vamos tomar lado entre aliados”, disse.

Barros também disse que não há um acordo sobre o programa social que o governo Bolsonaro quer criar, chamado Renda Cidadã.