Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) é investigado por supostos repasses de empreiteiras em obras no Nordeste. Defesa do senador nega que ele tenha cometido irregularidades.
O relator do inquérito, ministro Luís Roberto Barroso, determinou à Procuradoria-Geral da República que se manifeste.
No ano passado, Bezerra Coelho foi alvo de busca e apreensão da Operação Desintegração, que apura suposto pagamento de propina de R$ 5,5 milhões a ele e ao filho quando o senador era ministro da Integração do governo Dilma Rousseff. Um dos casos envolve obras do Canal do Sertão e a Transposição do Rio São Francisco. Na operação, a PF apreendeu R$ 120 mil na casa do deputado Fernando Bezerra Coelho Filho.
A defesa de Bezerra Coelho e do filho nega que eles tenham cometido irregularidades. Na época em que a operação foi deflagrada, em setembro do ano passado, a defesa divulgou nota na qual afirmou que a PF fez um relatório “açodado” e “repleto de ilações”.
A PF relatou ao Supremo que encontrou indícios de crimes, como doadores ocultos, pagamentos fracionados e transferência de bens, além de dados que comprovariam a relação entre os investigados. Uma das linhas de investigação apura supostos negócios de Bezerra Coelho com empreiteiro em paraíso fiscal americano.
A delegada Andréa da Cunha, da Polícia Federal, afirmou ao Supremo que o objetivo da coleta dos depoimentos é confrontar as declarações com os elementos reunidos ao longo das apurações.
“Vale salientar que, tal qual se sucedeu com os demais envolvidos, o intuito e? de lhes viabilizar primeiramente a oportunidade de, querendo, apresentar declarac?o?es com relac?a?o aos fatos apurados, para, somente enta?o, cotejar suas alegac?o?es com os demais elementos de prova colacionados aos autos e formular, diante disso, um jui?zo acerca da responsabilizac?a?o criminal de cada fato delituoso investigado neste autos, sob a o?tica da Poli?cia Federal”, escreveu a delegada.