Notícias falsas, quanta indignação. Por Francisco Dacal 

 Por FRANCISCO DACAL – Escritor e administrador de empresas

    As redes sociais, por suas características, tornaram-se um espaço fértil para a prática da desinformação, através de notícias falsas. Esta fraude não é mais novidade. Todavia, não podemos deixar de nos indignar com uma ação que deprecia o conhecimento, a seriedade das tratativas de interesse comum e as relações sociais.

    Os assuntos de natureza política são os preferidos, sem pudor, no processo de falseamento do noticiário, pelos impactos e efeitos na essência do trabalho atinente. Quanto à divulgação, por meio de texto, falada ou imagem, percebe-se, que, elas são enviadas de forma orquestrada, por agentes cooptados como se estivessem guiados por líderes de uma seita.

    Esdrúxula por natureza, esta onda de notícias falsas (as fake news) procura, em geral, passar informações distorcidas, de situações e fatos assemelhados com a realidade existentes, por um viés suspeitoso positivo, quando para favorecer e elevar as proposituras de quem apoia, ou por um viés negativo, quando é para atingir, ofender, tudo e a todos do campo contrário ao que defende o emissor.  

    Como próprio adjetivo qualifica, são os tipos de notícias que pela configuração posta nunca existiram,  não existem, e, outras, que são até impossíveis de virem a existir, daquela forma. A finalidade básica, delas, é a de iludir, maldosamente, as pessoas, de olho na fatia das mais incautas, para conquistar adesões, e, numa outra linha, para difamar personalidades e instituições, nesse sentido. 

    Aos responsáveis partícipes dos grupos de fake news, façamos uma pergunta: Com sua atitude, qual o tipo de cidadão esta sendo formado para o futuro?  

    Eles pensam que não, mas além do desgaste provocado na atividade política, em si, há um reflexo prejudicial na convivência entre os concidadãos e nas organizações, diante da subestimação do que é correto e pelos conflitos gerados.  

    Observem que também são desses mesmos grupos aqueles que buscam desgastar a imprensa regular, a fim de desviar a atenção para os seus canais exclusivos, nas redes sociais, em que as informações são forjadas ao jeito e intenções deles.

    Os mentores e ativistas dos citados despropósitos sabem, no fundo, que o fato é um fato, e os fatos originados na gestão pública são necessários que sejam divulgados à população, aos eleitores, para que tomem ciência do que ocorre na administração dos três poderes. A crítica se faz essencial. Só assim é possível avaliar e cobrar os responsáveis pela qualidade dos serviços prestados e os representantes do povo.  

    O noticiário jornalístico profissional é importantíssimo, fundamental à difusão da informação, com responsabilidade e passível de ser cobrado. Em todo o Mundo. Em todas as democracias. Referente à política, ele está distante do que se chama autoajuda. Não se destina a agradar lados, nem a um gestor. Que é diferente do reconhecimento do valor de resultados. Convenhamos, é uma patologia grave se alguma figura pública espera em relação a sua pessoa que apenas elogios, méritos e louros devem ser noticiados… E Narciso faz parte da mitologia grega.