Bens inusitados declarados por candidatos vão de livros a canoa

Participantes ainda incluíram despolpadeira de açaí, livros e tanque de lavar roupa em patrimônio

Candidato a vereador Paulo José da Costa declara coleção de livros como bem avaliado em R$ 100 mil Foto: Reprodução

Para ser candidato a algum cargo público, o participante das eleições deve prestar contas à Justiça Eleitoral sobre seus patrimônios. É preciso fazer uma declaração de bens para que a candidatura possa ser validada.

Alguns candidatos, porém, decidem incluir nessa declaração muito mais informações do que é necessário. O vereador Miltão (PT-PA), de Gurupá, por exemplo, incluiu um freezer, um tanque de lavar roupa, um fogão, uma televisão, uma canoa e até uma despolpadeira de açaí em sua lista.

Outros candidatos ainda decidem adjetivar seus bens, como Serafim Pedreiro (PL), candidato a vereador de Denise, no Mato Grosso do Sul, que declarou uma “bicicleta velha” de R$ 100 como patrimônio. Ao ser perguntado sobre o motivo que o fez registrar a bicicleta, Pedreiro afirmou que foi uma orientação do coordenador de campanha.

“VALOR CHUTADO”
Outro caso interessante é o do candidato a vereador de Curitiba (PR) Paulo José da Costa. Ele afirma ter “chutado” o valor de R$ 300 mil para suas fotografias e filmes e outro de R$ 100 mil por sua coleção de discos e livros.

Costa afirma que não sabe estipular o valor de seus bens porque o material é “histórico”.

– Eu tenho 70 anos e a vida toda eu fui juntando. Você vai ver que eles são vendidos entre R$ 20 e R$ 100, em média. Isso não quer dizer que eu vou vendê-los, possivelmente vou fazer uma doação – declarou ao jornal Estadão.

PIMENTA E CASTANHA
O candidato a vice-prefeito de São Mateus (ES), Ailton Caffeu, declarou R$ 90 mil de patrimônio em pimenta-do-reino. Ele é um dos exportadores da região e registrou o estoque do produto como um de seus bens.

Outros três agricultores que decidiram registrar sua plantação são da cidade de Granja, no Ceará, região produtora de castanha de caju. Os três são candidatos a vereadores da cidade e registraram como patrimônio o estoque de castanha em R$ 5 mil, R$ 10 mil e R$ 12,5 mil.

Enquanto isso, alguns candidatos afirmaram que não possuem nenhum bem, como Vera Lúcia (PSTU), candidata à Prefeitura de São Paulo, Henrique Simonard (PCO), candidato a prefeito do Rio de Janeiro e Suêd Haidar (PMB), também candidata à Prefeitura do Rio de Janeiro.