Justiça rejeita pedido de censura a “Lindinhas”, filme criticado pela ministra Damares

A ministra havia acusado a Netflix de promover a sexualização infantil por causa da reprodução do longa-metragem.

Justiça rejeita pedido de censura a “Lindinhas”, filme criticado pela ministra Damares

Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Foto: Carolina Antunes / PR

O juiz Luiz Fernando Rodrigues Guerra rejeitou o pedido de censura feito pela organização religiosa Templo Planeta do Senhor, contra o filme “Lindinhas (Mignonnes), lançado pela Netfliz e alvo de críticas da Ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

Damares havia manifestado nas redes sociais que o longa sexualiza as crianças.

“Estou brava, Brasil! Estou muito brava! É abominável uma produção como deste filme”, escreveu Damares nas redes sociais.

Na ação judicial movida pela organização religiosa, o grupo afirma que o longa traz meninas com comportamentos inadequado para a idade, com vestimentas sensuais, blusas curtas e calças apertadas. O filme conta a história de Amy, uma garota de origem senegalesa, mas que vive com sua família em Paris. A polêmica é porque, mesmo com 11 anos de idade, a menina e entra em conflito com os valores familiares para fazer parte de uma escola de dança chamada “Lindinhas”. Para a organização que pediu a censura do filme, a obra é um “prato cheio para a pedofilia”.

No entendimento do juiz, o longa da Netflix não violou legislação e que o pedido de exclusão do filme é inconstitucional. “É uma forma indefensável de censura, pois pretendia a supressão da liberdade de informação e, sobretudo, da liberdade de educação familiar”.

‘Cuties’

Uma menina de 11 anos, vivida pela atriz de origem senegalesa Fathia Youssouf, se muda com a família para a França e tem que seguir a criação religiosa imposta pela mãe. Para se se afastar das normas impostas pela mãe, Amy decide entrar para um grupo de dança formado por outras meninas de sua idade, as Mignonnes.

A liberdade dos movimentos do corpo é apresentada como resposta ao conservadorismo da criação imposta pela mãe. O figurino e as posições e coreografias desenvolvidas pelas crianças na obra é o que colocam a Netflix no centro da polêmica.