PF aponta fraude de R$ 150 mi pró-latifundiários

 

G1 DF

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (15), uma operação que investiga fraudes no sistema do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a partir do uso de dados de servidores do órgão. A TV Globo apurou que o ex-deputado federal Sandro Mabel (MDB-GO) foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão. A reportagem tenta confirmar o endereço onde o mandado judicial foi cumprido.

Em nota, a defesa do político afirmou que Mabel “não ter nada a ver com as investigações” (leia íntegra ao fim da reportagem). De acordo com a apuração, os estelionatários alteravam informações nos sistemas, por meio de certificados digitais (tokens) de funcionários, para beneficiar donos de terras e empresários que possuíam áreas embargadas – principalmente nos estados do Pará e Mato Grosso – em áreas ambientais consideradas “sensíveis” da Amazônia Legal. O G1 aguarda posicionamento do Ibama.

Ao todo, foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão em empresas e residências de beneficiados pelas fraudes, além de cinco mandados de prisão. Até as 12h, três suspeitos haviam sido presas. Os alvos são dos seguintes estados: Goiás, Minas Gerais,
Pará, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.

Prejuízo de R$ 150 milhões

De acordo com a PF, foram constatados 122 desembargos (desinterdições de propriedade) irregulares em nome 54 pessoas físicas e empresas. A estimativa é de que a fraude tenha causado um prejuízo de R$ 150 milhões para a União, em multas não pagas e descumprimento de embargos em áreas ambientais da Amazônia Legal. “Assim que a fraude foi identificada, o Ibama congelou as alterações, mas o prejuízo de uso das áreas já tinha sido feito”, afirmou o delegado Daniel Ottoni, da delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da PF-DF.

“A fragilidade maior não era o sistema. Era como foi fácil conseguir os certificados digitais.” As propriedades beneficiadas, em Mato Grosso e no Pará (veja abaixo), tinham sócios em estados na região sul, centro-oeste e sudeste, segundo a PF.

A matéria completa está disponível no G1.