Lava Jato reage ao boicote e dá show de eficiência no combate ao crime e à corrupção

Em vez de 500, governo convocará mil aprovados em concurso da Polícia Federal, diz ministro | Concursos e Emprego | G1

Lava Jato mostra que ainda vai por muita gente na prisão

Carlos Newton

Mais do que em qualquer outro setor, na política as aparência enganam. O exemplo mais prático está acontecendo com a Lava Jato, a operação de combate à corrupção e à criminalidade, levada a efeito pela nova geração de procuradores, delegados, juízes e auditores a partir de 2014, quando o delegado federal Márcio Alcelmo encontrou a ponta do iceberg num prosaico posto de gasolina em Brasília.

A partir de 2019, quando houve o pacto pela impunidade, celebrado pelos dirigentes dos três apodrecidos Poderes da República e que pôs fim à prisão após segunda instância, libertando Lula da Silva e José Dirceu, as aparência indicavam que a Lava Jato tinha um encontro marcado com o fracasso, como ocorreu com a operação Mãos Limpas, na Itália, há duas décadas.

BLITZ IMPLACÁVEL – Não mais que de repente, diria Vinicius de Moraes, depois de neutralizarem o juiz Sérgio Moro, que graças a Deus não precisou ser assassinado, como ocorreu na Itália, os três Poderes desfecharam uma implacável e interminável blitz contra a Lava Jato, atacando por todos os lados e com todas as suas forças, levando o procurador-chefe Deltan Dallagnol a abrir mão do cargo, junto com outros integrantes do Ministério Público Federal.

O clima passou a ser de desânimo, entre as pessoas de bem, com os destinos do país entregue a personagens sinistras como Jair Bolsonaro, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Tudo indicava que o dragão da maldade havia derrotado o santo guerreiro.

Mas as aparências enganam – repita-se “ad infinitum”. E nesta quarta-feira, 9 de setembro, foi declarada a independência da Lava Jato.

DE VOLTA AO JOGO – Contra tudo e contra todos, quase sem fichas para apostar, lá está a Lava Jato de volta ao jogo, dando as cartas e nocauteando os adversários, em sequência.

Primeiro, a busca e apreensão contra o ex-prefeito Eduardo Paes e o deputado Pedro Paulo, na terça-feira. No dia seguinte, atingiu o Superior Tribunal de Justiça, mostrando que o filho do presidente Humberto Martins recebeu R$ 77 milhões para exercer influência em processos na Corte. Hoje, busca e apreensão na sede da Prefeitura do Rio e na Petrobras, em operações separadas.

As provas contra o advogado Eduardo Martins foram obtidas por meio de documentos da Fecomércio e delação premiada do empresário Orlando Diniz. Essa é a terceira delação que cita Eduardo Martins, denunciado pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e exploração de prestígio.

ADVOGADOS FAMOSOS – Vários outros escritórios de advocacia foram alvo de busca e apreensão, como os de Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, responsável pela defesa do ex-presidente Lula da Silva; de Frederick Wassef, ligado à família Bolsonaro; e de Ana Tereza Basílio, que advoga para o governador afastado do Rio, Wilson Witzel. Esses três escritórios famosos estão entres os principais alvos da nova investida da Lava Jato.

Como se vê, o Brasil precisa confiar na nova geração da Procuradoria, da Receita e da Polícia Federal. São jovens que dão lições de vida a esses velhos farsantes, que se exibem como primor de honestidade, mas estão inteiramente emporcalhados.

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P.S. – Em tradução simultânea, já se pode garantir que a Lava Jato não morreu e ainda vai botar muita gente na cadeia(C.N.)